Durante a Roda da Prensa nessa segunda-feira (13), o vereador petista de Macaé, Marcel Silvano, afirmou que a SIT (Sistema Integrado de Transporte), responsável pelo transporte coletivo na cidade, não pode chantagear a população e obrigar o município a conceder socorro financeiro para que as operações na cidade continuem. O parlamentar enfatizou ainda que desconfia das informações da empresa anunciadas no último final de semana, sobre um colapso financeiro no transporte da cidade devido à crise do novo coronavírus.
Na última sexta-feira (10), a direção da empresa anunciou que há riscos de paralisar os serviços na cidade, caso o Poder Público não conceda socorro emergencial financeiro.
Durante sua participação na Roda da Prensa, Silvano destacou que o contrato da SIT está vigente em Macaé desde 2005 e foi prorrogado, às vésperas das eleições municipais de 2016, até 2025. “São 25 anos que estão concedidos à SIT a exploração do transporte público. O problema é que muito se confundiu na relação de serviço público, de prestação do serviço do transporte, com propriedade privada da empresa, que monopoliza o transporte na cidade atualmente”.
Para o parlamentar petista de Macaé, não há transparência na relação da empresa e município. “Os balanços nunca foram apresentados. Não sabemos realmente se foram justos, os milhões de reais de subsídios mensalmente pagos pelo município, para subsidiar a passagem a R$ 1 e não sabemos, principalmente, se os dados apresentados pela empresa agora, se são algo que merece confiança. Nos últimos anos, 200 cobradores foram demitidos, fazendo com que os motoristas desempenhassem dupla função. A SIT sofreu, várias vezes, com mobilizações dos trabalhadores, que paralisavam porque não estavam recebendo salários e sempre, com muitas desculpas, a empresa informava que o município não estava repassando o dinheiro. Então, a notícia que foi veiculada no último final de semana, chamou muita atenção, porque não trouxe nenhum dado, nenhuma informação e nenhuma consistência”, enfatizou. O vereador petista ressaltou ainda ser chantagem e pressão de uma empresa que pagou os canais impressos e falados da cidade para informar os riscos de encerrar as operações em Macaé. A empresa alegou que a redução de passageiros nos coletivos, devido à crise da Covid-19, impactou drasticamente, as receitas do sistema de transporte. “A SIT, nesta divulgação do final de semana, informa que é imperiosa, ou seja, que o município tem a obrigação de conceder, imediatamente, socorro financeiro à empresa. Eu acho um desrespeito da SIT não tratar a questão com transparência, apresentando balanços, lucros. Não dá para confiar. A empresa possui obrigações contratuais. Sabia dos riscos sim. É difícil saber se estão sendo verdadeiros, se estão com as melhores das intenções. Eu confesso que desconfio demais da SIT. Só iremos saber quando a empresa abrir a caixa preta. Eu solicitei, na Câmara Municipal de Macaé, abertura da CPI do Transporte, mas o Legislativo achou inviável. É preciso apresentar dados concretos, com números da receita, lucros”.
Foto: Tiago Ferreira