Estava preocupada por não produzir, não como antes, na mesma velocidade e fúria, estava preocupada, pensando que aquilo era uma trava, estava preocupada.
Mas eu decidi aceitar a fase que tô passando, umas mudanças tão particulares, uns olhares tão peculiaridades. Acreditava que estava travada, não fazia arte e estava errada. Nesse tempo fiz a construção de um roteiro, estou atualmente criando mais dois, estou criando intimidade com a fotografia e a forma minha de olhar cinema e música tem me movimentado, e me amparado, e eu acreditando estar parada, pois não tinha poesias.
Eu antes acreditava que só caberia na poesia, mas tem muito mais arte nesse espaço, tem muito mais coisas nessas travas, tem muito entendimento, sobre a verdade de mim mesma, a fragilidade do que se limita é visível. Tive um dos meus mais dolorosos períodos, pois achava que uma escritora sem escrever não era nada, mas eu estava tão ocupada produzindo outras coisas, independe da área, PRODUZINDO coisas novas que eu me sentia incapaz de fazer, estavam sendo feitas.
Quando nós estamos em formação, nos colocam moldes, e não caber nesse molde te liberta, te libera de um rótulo indigesto, eu não sou só escritora, sou artista e tô aprendendo a caminhar onde vontades quiserem me levar, agora não é escrever.
*Talytha Selezia é artista