Chegar à Praça dos Ossos tem algo de rito. O calçamento antigo, o vai e vem leve de moradores, turistas despretensiosos, barquinhos ao fundo; tudo parece convidar a desacelerar. Foi nesse cenário de serenidade que a equipe da Prensa de Babel aceitou o convite para conhecer a famosa moqueca do La Gare, um dos pratos mais comentados do balneário e que faz parte de um cardápio que ganhou destaque recente entre os avaliadores do Trip Advisor.
Em 2025, o La Gare reafirmou sua excelência ao conquistar lugar entre os Best of the Best – Restaurantes Finos do Brasil, premiação máxima do Tripadvisor Travellers’ Choice, que destaca apenas estabelecimentos de gastronomia considerados referência no país. O reconhecimento acompanha o prestígio do Vila da Santa Hotel Boutique & Spa, ao qual o restaurante integra: eleito Melhor Hotel Boutique do Brasil e 17º melhor do mundo pelo mesmo ranking, além de 2º Melhor Hotel do País na categoria Luxo.
O restaurante se apresenta como quem já sabe que está em boa companhia. A fachada charmosa dialoga com o entorno, e logo somos recebidos pelo gerente da casa, Givago Almeida, com o sorriso de quem está acostumado a acolher. Ele nos conduz a uma mesa no interior do salão, lindamente decorado, com vista privilegiada para a praça, uma dessas cenas que nos lembram por que Búzios tem alma própria.
Mal sentamos, chega à mesa um espumante gelado, daqueles que traduzem o início perfeito de qualquer experiência gastronômica. O primeiro gole já anuncia: estamos em boas mãos.



Antes da moqueca, as entradas chegaram em sequência, cada uma com sua história
A salada morna de polvo surpreendeu pela delicadeza, pedaços macios de polvo e tomates salteados no azeite dividiram o prato com a doçura tostada da batata-doce. Mostarda e mel, no molho, selaram o equilíbrio. Era a primeira pista de que, ali, cozinha não é só técnica, é afeto. Depois, veio a carne serenada, lâminas finíssimas de mignon curado e defumado, finalizadas com manteiga de garrafa. Um aceno ao sertão. O contraste com o picles de cebola roxa, a pimenta biquinho e o molho de parmegiana trouxe camadas de sabor. Fez a equipe desacelerar, contemplar.


Entre conversas, trocamos impressões e seguimos para a etapa mais esperada da visita
A moqueca: encontro de territórios
O La Gare serve uma moqueca que é, antes de tudo, história contada no prato. A receita reúne traços da Bahia e do Espírito Santo, mas não se encerra neles. Há um terceiro elemento que dá a alma ao prato: a cultura caiçara, representada pela banana-da-terra, uma homenagem às cozinhas tradicionais do litoral fluminense, inclusive a de Búzios. No prato, peixe branco, banana-da-terra, camarões, leite de coco, coentro e dendê. Acompanha arroz e farofa de dendê com castanha. Ela não leva excesso de dendê no caldo, o que a deixa mais leve, mas o perfume das especiarias conversa com a baiana; a fluidez e a delicadeza remetem à capixaba. Uma síntese autoral, afetuosa, respeitosa às origens, mas convicta em sua personalidade.
Para quem é alérgico a camarão, a casa oferece um cuidado especial: o crustáceo é servido separadamente, inclusive em porções para duas pessoas. Pequenos gestos que dizem muito sobre a atenção ao cliente.
A moqueca chega à mesa fumegante, exalando aromas que pedem pressa, mas convidam à contemplação. É difícil não sorrir. Servida com arroz e farofa de dendê com castanha, entrega equilíbrio entre cremosidade, textura e sabor. E, como todo prato com alma, tem memória desde o primeiro garfo.Para quem prefere, há também a versão vegana, feita com cogumelos, palmito e banana-da-terra, igualmente perfumada pelo leite de coco e coentro.

Drinks para acompanhar a paisagem
Os coquetéis também merecem nota. Provamos o La Gare, fresco e elegante, e o Conexão Búzios, que trouxe acentos tropicais, sem exageros. Ambos harmonizaram lindamente com o jantar, mantendo a leveza do fim de tarde.


Doçura final
A sobremesa chegou em silêncio: um mousse soufflé de intenso cacau amazônico. E ele dispensa apresentações. Seria clichê dizer “fechou com chave de ouro”, mas fechou. Textura perfeita, sabor marcante e zero exagero na doçura. Era tudo o que precisávamos para encerrar a noite com calma e olhos brilhando.



O Líder Gastronômico Gustavve Almeida falou com a nossa equipe sobre a moqueca.
Por que o La Gare?
A sensação ao deixar o restaurante com foi de ter vivenciado algo que vai além da comida. O La Gare traduz Búzios, simples e sofisticado, leve e profundo, de raízes fortes e olhar para o mundo. A moqueca, especialmente, é um resumo dessa identidade, um prato que guarda histórias, respeita tradições e celebra o território. A experiência é sensorial, mas também emocional. É sobre comer bem, claro. Mas também sobre lembrar.






A Prensa Indica e Celebra
Uma noite no La Gare não é apenas uma refeição. É uma pausa. É memória em construção. Saímos com o paladar aquecido, o coração leve e a sensação de que, em Búzios, existem lugares que entendem que comida é também gesto, acolhimento e identidade.
E essa moqueca…
Bem, essa vale a viagem.
Serviço
- Endereço: Praça Eugênio Honold, 173 – Bairro Ossos – Armação dos Búzios, RJ
- Horário: Todos os dias | 13h às 22h30
- Música ao vivo: Quinta e sábado, a partir das 20h
- Pet friendly: Mesas externas recebem pets; Por norma municipal, pets não podem acessar o salão interno
- Crianças são bem-vindas
- Estacionamento: Há estacionamentos privados pagos nos arredores


