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Quando eu falo de máscaras brancas, é pelo Black Twitter ter tomado o discurso do colonizador pra si. A ideia inicial era uma rede de tweets que seriam informativos, de motivação e ajuda psicológica de pretos para pretos usando a web como uma rede de apoio para nós, que mesmo dentro de movimentos, parecemos tão distantes um do outro.

Mas a ideia, que inicialmente era ótima, se perdeu no meio e virou uma rede de pessoas que atacam brancos, e que padronizaram visualmente e de forma comportamental o movimento.

Existe um molde de encaixe se você usa essas palavras, se você acompanha o hype. É uma massa se dizendo independente, mas se comportando igual. Apesar de concordar com fogo nos racistas, entendo que não é todo branco que é racista e que os que não são, devem ser desconstruídos o suficiente, para entender tais privilégios, e apoiar nossa luta.

O discurso de que devemos nos isolar dos brancos é fraco e vem fazendo parte do Black Twitter. Foi o meu primeiro sinal de alerta. O ódio que tinha do discurso e que no fundo não ajudaria em nada. É importante falar sobre coisas que pretos precisam saber. Por exemplo: a crescente na taxa de suicídio de homens pretos ou a violência obstétrica, que atinge em sua maioria mulheres pretas – informações que podem nos ajudar a entender algumas coisas, informações que podem ser alertas, que podem nos fazer parar de morrer.

É conflitante, afinal eu também tenho ódio de toda uma história, de todo um povo que foi invalidado, eu quero saber de onde eu vim, mas é essencial entender que as vezes a estratégia vence o ódio, ter o trabalho de base, estudar sobre o seu povo e sua história. O Black Twitter não chega no cara preto da comunidade que saí as 05:00 de casa e volta às 23:00, que trampa muito pra não passar fome. Eles tão cansados tentando sobreviver.

A educação, a informação, a luta pelos direitos básicos é maior que a calça da moda, o mc que foi racista ou a bbb que reproduz racismo estrutural. É importante falar disso, mas é ainda mais importante levar informações relevantes para pessoas que muitas vezes não tem acesso nenhum. Dar o direito de contestação ao preto, dar entendimento sobre tudo para que ele não seja prejudicado, isso é importante, é proteção aos nossos e deixar que sejam o que são, deixar aquele que não quer se envolver com militância. Precisamos dar a informação de forma correta e deixar a pessoa escolher o que vai fazer com ela.

A ideia de troca honesta é valiosa, os pretos se apoiando é valioso, reconhecer bons aliados independente da cor é estratégia. A ideia é não deixar uns tweets adolescentes insinuar que sua beleza ainda não é a esperada, não deixar que a padronização da militância te alcance.

Apoio é saber quando falar e sempre ouvir, apoio é trocar de referências, livros, conhecimentos, experiências a fim de nos blindar ainda mais, e fazer diminuir as estatísticas, do analfabetismo aos assassinatos que nós precisamos sair do topo.

 

*Talytha Selezia é poeta, mulher preta e integrante do Coletivo Ónix

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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