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A importância da preservação dos saruês e gambás em Búzios

Especialista do Instituto Larissa Saruê alerta sobre o papel fundamental dos animais silvestres no equilíbrio ambiental
Imagem ilustrativa. | Reprodução | InforMar Ubatuba

Desde agosto, Búzios vive o período de reprodução de animais silvestres, como os saruês e gambás, fundamentais para o controle de espécies nocivas e para a biodiversidade. Em parceria com a Guarda Ambiental do município, o Instituto Larissa Saruê, liderado pela advogada ambiental Cristine Monteiro, trabalha na proteção, resgate e conscientização sobre a importância desses animais, que frequentemente enfrentam preconceitos e maus-tratos.

Segundo Cristine, a fase reprodutiva desses animais, que se intensificou nos meses de agosto, setembro e outubro, agora está diminuindo, mas ainda há necessidade de cuidado. “Se encontrar algum animal ferido, ou uma mãe saruê morta com seus filhotes, o ideal é aquecer os filhotes, porque eles morrem de hipotermia rapidamente. Depois, é preciso acionar a Guarda Ambiental”, orienta a advogada.

O Instituto Larissa Saruê se destaca em Búzios por educar a população sobre o papel ecológico dos saruês e animais silvestres, que, sendo imunes ao veneno de espécies como o escorpião amarelo e as jararacas, ajudam no controle natural desses animais. “Temos um problema de infestação do escorpião amarelo aqui, que se reproduz sem precisar de um macho. O predador natural dele é o gambá, que é imune ao veneno e atua durante a noite, quando o escorpião também está ativo”, explica a advogada ambiental, destacando a importância dos gambás no ecossistema local.

No entanto, o desconhecimento sobre os cuidados necessários para com esses animais persiste, e Cristine alerta que muitos chegam ao instituto em condições críticas devido à alimentação inadequada. “As pessoas, por ignorância, acabam oferecendo leite de mercado aos filhotes, o que é fatal. A informação é essencial para evitar esses erros e proteger a saúde dos animais.”

A falta de abrigos específicos para animais silvestres nos municípios também aumenta a relevância do trabalho do Instituto, que recebe animais órfãos trazidos por órgãos ambientais para abrigo, alimentação e, posteriormente, a reintegração ao habitat. A conscientização sobre a importância dos saruês e gambás é um dos focos do Instituto, “Infelizmente, existem muitas fake news sobre esses animais, como a ideia de que são sujos ou transmissores de doenças. Na verdade, eles nos ajudam a controlar pragas, como ratos e carrapatos, e são essenciais para manter o equilíbrio ambiental.”

Cristine destaca ainda que os saruês, apesar de lembrarem roedores, pertencem à família dos marsupiais, como os cangurus, e não transmitem doenças como a leptospirose. “Eles realmente só nos ajudam, são animais de hábitos noturnos e se alimentam de uma ampla gama de insetos e pequenos mamíferos, auxiliando no controle de pragas nocivas.”

Com hábitos alimentares variados, os saruês, que possuem uma dieta composta por frutas, raízes, insetos e pequenos animais, podem ser encontrados em florestas e até mesmo em áreas urbanas. No entanto, Cristine enfatiza que esses animais são pacíficos e não representam ameaça quando respeitados. “O saruê não vai atacar ninguém se não for perturbado, e o mesmo vale para outras espécies silvestres”, conclui, reforçando a importância da educação ambiental como meio de reduzir o preconceito e promover a convivência harmônica entre humanos e animais silvestres.

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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