Emagrecer não envolve somente ingestão alimentar, mas fatores socioculturais e ambientais. Uma publicação do Jornal da USP chama a atenção para a importância de buscar profissionais de saúde capacitados, que garantam que o emagrecimento aconteça da forma correta.
"Ainda hoje, muitas pessoas associam o emagrecimento apenas à dieta. Trata-se de um equívoco comum, pois o corpo humano não emagrece apenas com matemática — ele emagrece com fisiologia", diz o Dr. Felipe Cardoso, médico especialista em medicina metabolômica.
Para ele, há uma série de fatores que interferem no número da balança, isso porque o peso corporal é resultado de um conjunto de sistemas, não apenas da alimentação. Hormônios, inflamação, ritmo do sono, microbiota intestinal, estresse e até o ambiente de trabalho podem influenciar mais no emagrecimento do que a dieta isolada.
"Se sua insulina estiver alta, pode impedir a queima de gordura. Se o seu cortisol estiver muito elevado, vai aumentar o estoque de gordura abdominal. Se sua tireoide estiver lenta, reduz o metabolismo", exemplifica o médico. "Sua microbiota intestinal desregulada afeta a fome, a saciedade e a inflamação. Emagrecer é um ajuste sistêmico, não apenas nutricional. A alimentação é só uma peça da engrenagem", diz Dr. Felipe Cardoso.
Questões emocionais
Em nível global, mais de 1 bilhão de pessoas vivem com transtornos de saúde mental, como ansiedade e depressão, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde.
Segundo o Dr. Felipe Cardoso, questões emocionais, como o estresse, também impactam na perda de peso: "O corpo não diferencia o estresse emocional do estresse físico. Quando estamos ansiosos, o organismo ativa o circuito do cortisol, hormônio de sobrevivência que, em excesso, pode impedir o emagrecimento".
Quando o cortisol está elevado pode aumentar a fome, reduzir a saciedade, favorecer o armazenamento de gordura, prejudicar o sono e desregular a insulina, gerando mais fome e mais compulsão, como informa o médico. "Por isso, pessoas ansiosas ou sob estresse crônico frequentemente engordam, mesmo fazendo dietas rigorosas. O metabolismo responde ao estado emocional tanto quanto responde ao alimento", explica.
O Dr. Felipe Cardoso destaca, ainda, que quem tenta emagrecer pode enfrentar desafios comportamentais, como: alimentação emocional, expectativas irreais, dificuldade de manter consistência, autossabotagem, falta de rotina estruturada e sono insuficiente.
A título de exemplo, estudos da Fundação Oswaldo Cruz indicam que 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, como a insônia.
"A forma de superar isso é unir acompanhamento profissional médico e quando necessário uso de medicações em conjunto a estratégias nutricionais e de neurocomportamento (terapia cognitiva comportamental)", afirma o médico.
Atividade física
Segundo o Dr. Felipe Cardoso, a atividade física é indispensável para manter o emagrecimento saudável, pois contribui para o aumento da massa muscular e melhora da sensibilidade à insulina.
A prática também ajuda a reduzir marcadores inflamatórios, equilibrar o cortisol e melhorar o humor e o sono, além de preservar o metabolismo durante a perda de peso.
"É comum a pessoa treinar, perder pouca balança e, ainda assim, estar emagrecendo biologicamente, ganhando músculo e perdendo gordura. O treino muda o metabolismo, não apenas o peso", esclarece.
Acompanhamento médico
O acompanhamento médico pode personalizar o processo de emagrecimento e evitar frustrações. "A medicina de precisão permite analisar vários parâmetros clínicos e laboratoriais importantes, como: hormônios, marcadores inflamatórios, microbiota intestinal, sono, composição corporal, concentração de minerais pelos exames de mineralograma, genética metabólica, perfis de fome e saciedade", esclarece Dr. Felipe Cardoso.
Assim, prossegue, é possível descobrir o que pode estar travando o processo e montar um protocolo exclusivo: alimentação adequada, treino certo para a composição corporal, ajuste de sono e controle de estresse.
O Dr. Felipe Cardoso frisa que o emagrecimento não é um processo estético, mas de reorganização biológica. "Quando o metabolismo entra em equilíbrio, o corpo emagrece. Por isso, minha abordagem integra metabolismo, comportamento, sono, intestino e composição corporal. Emagrecer é uma construção interna, a estética é só o reflexo do funcionamento biológico correto", finaliza.
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