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Hidrelétricas ajudam na segurança energética do país

Hidrelétricas ajudam na segurança energética do país
Hidrelétricas ajudam na segurança energética do país

Em um momento crítico para o planeta, onde as mudanças climáticas desafiam a estabilidade hídrica e energética global, as hidrelétricas de menor porte se consolidam como peças-chave para a sustentabilidade e segurança energética do país. Com uma participação de mais de 60% na matriz elétrica do Brasil, as hidrelétricas desempenham um papel vital na gestão dos recursos hídricos, atuando no controle de enchentes, abastecimento público, irrigação, transporte, pesca e preservação de ecossistemas.

A variabilidade dos padrões de chuva, o aumento das temperaturas e as mudanças sazonais na disponibilidade de água têm impactado diretamente a operação das usinas hidrelétricas em todo o mundo. Recentes estudos internacionais, como o publicado em 8 de agosto na Environmental Research Letters, nos Estados Unidos, indicam que, apesar das incertezas climáticas, a geração hidrelétrica pode aumentar em várias regiões americanas nas próximas décadas, onde as chuvas devem se intensificar. Essa previsão é baseada no aumento da precipitação, embora algumas áreas específicas possam enfrentar desafios, como a redução da geração durante períodos mais secos.

As intensas chuvas, no mês de maio, no Rio Grande do Sul se contrapõem com a escassez hídrica na região Sudeste. Segundo estudos da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), publicado no Plano Decenal de Expansão de Energia 2034, “a gestão dos recursos hídricos é complexa, principalmente onde há grande demanda pelo recurso ou em áreas de baixa disponibilidade de água. Essa situação se agrava ao considerarmos as alterações climáticas e a ocorrência de eventos de escassez hídrica”, diz o relatório publicado recentemente.

“Com 12% da água doce do mundo, o Brasil precisa não só lidar com os efeitos das mudanças climáticas, mas também garantir que as hidrelétricas continuem a ser um pilar de segurança hídrica e energética para o país”, destaca Charles Lenzi, presidente-executivo da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (ABRAGEL).

Segundo dados da EPE, mesmo com o aumento na diversificação da matriz, a geração hidráulica mantém-se muito relevante no sistema. Isso se dá por conta da sua flexibilidade operativa, já que são capazes de assumir, de forma rápida e eficaz, as oscilações de tensão e frequência decorrentes de eventuais desbalanços entre oferta e demanda e podem ser importantes para atender à ponta. Ainda se destacam por sua capacidade de suporte à expansão de fontes renováveis variáveis no sistema elétrico, como eólica e solar. Através dos reservatórios de acumulação, são capazes de armazenar energia por meio da água e têm a possibilidade de amortecimento dos efeitos de eventos hidrológicos críticos. Deste modo, as hidrelétricas ainda têm um papel sistêmico essencial no sistema elétrico nacional como mostra o Fortalecimento da Resiliência do Setor Elétrico às Mudanças Climáticas.

“A modernização e a expansão do parque hidrelétrico são urgentes para garantir tarifas acessíveis, segurança energética e adaptação às mudanças climáticas. A continuidade desses investimentos permitirá que o Brasil prospere em um cenário de crescente demanda por energia limpa”, afirma Lenzi.

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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