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Teatro americano foca em diversidade e volta a crescer

Teatro americano foca em diversidade e volta a crescer
Teatro americano foca em diversidade e volta a crescer

Nos últimos anos, a Broadway, uma das principais atrações turísticas de Nova York, tem se recuperado dos impactos devastadores causados pela pandemia de covid-19. Enquanto o mercado de teatro nos Estados Unidos foi estimado em cerca de 9 bilhões de dólares no ano passado, ainda abaixo do pico registrado em 2019, o número de empresas operando no setor em 2023 superou os níveis pré-pandemia, com cerca de quatro mil companhias ativas, conforme relatório do Statista.

A Broadway, em particular, continua sendo um símbolo vibrante da cultura norte-americana, atraindo milhões de visitantes todos os anos. Em 2023-2024, a temporada trouxe uma receita total de 1,47 bilhão de dólares, apenas 3,1% a menos que a temporada anterior. A frequência de público chegou a 11,7 milhões de pessoas, praticamente igualando os números do período anterior. O aumento do turismo é um fator decisivo nessa recuperação. Projeções recentes publicadas pela Variety indicam que Nova York receberá cerca de 64,5 milhões de turistas nacionais e internacionais até o final de 2024, aproximando-se dos níveis de 2019.

Além dos números expressivos de bilheteria, há um movimento significativo em prol da diversidade no casting e na produção. Em 2022-2023, pela primeira vez em sua história, a Broadway registrou que 29% de seus espectadores se identificaram como pessoas de cor, marcando um recorde de diversidade no público. Em comparação, na temporada de 2018, esse número era de 25%. Este aumento reflete uma mudança importante na demografia dos frequentadores e na acessibilidade dos espetáculos a um público mais amplo.

Além do público, a diversidade está sendo promovida nos bastidores e no elenco dos espetáculos. Iniciativas como o RISE Theater Network, de Lin-Manuel Miranda, criador do sucesso Hamilton, estão facilitando a contratação de profissionais de cor em posições de bastidores e gestão teatral, além de promover maior inclusão nos elencos. Segundo um estudo de 2021 da Asian American Performers Action Coalition, na temporada 2018-2019, 100% dos gerentes gerais e 94% dos produtores eram brancos, e 80% dos papéis principais em musicais eram ocupados por atores brancos.

Segundo a atriz brasileira Fayza Khalifa, que vive em Nova York desde 2019, a inclusão racial vai além das grandes produções, impactando também o chamado “off-Broadway”. “Nos dois últimos anos, é notável uma maior disposição dos diretores pela diversidade em produções de todos os níveis”, conta. “Uma das grandes tendências agora é a busca por atores etnicamente ambíguos, que despertem curiosidade sobre sua origem e transmitam a sensação de que podem ser de qualquer lugar do mundo”, comenta a brasileira de origem árabe.

Formada pela Lee Strasberg Film and Theater Institute, só este ano Fayza participou de seis produções teatrais na Big Apple: “Information for Foreigners”, “Reveals” e “We will Always have Paris”, todas com alguma abordagem estrangeira no roteiro. “Nos elencos tinham atores da Argentina, do Chile, da Ucrânia e da Áustria, além dos norte-americanos, o que enriquece ainda mais o processo criativo e a representatividade nos palcos”, afirma a brasileira.

O crescimento da diversidade nos teatros nova-iorquinos é também impulsionado por acordos como o New Deal for Broadway, de 2021, que foi firmado entre o Black Theatre United e as produções da Broadway para garantir maior inclusão racial nas produções teatrais. “A Broadway é um espaço vibrante em constante evolução, onde o público se conecta com o mundo através de uma narrativa extraordinária, cuidadosamente criada e trazida à vida pelos artistas. Todos são bem-vindos aqui, para que todos possam encontrar algo que amem ver”, declarou Jason Laks, presidente da Broadway League, para o canal Fox.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

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