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Empresa aponta os fatores que influenciam na vida útil dos cabos elétricos

Em um mundo cada vez mais dependente da eletricidade, a durabilidade e o desempenho dos fios e cabos elétricos são essenciais para a segurança e a eficiência da instalação elétrica, já que o produto possui a função de levar a energia desde o padrão de entrada onde está localizado o medidor até os pontos de utilização, como as tomadas e as lâmpadas.

Desde residências até grandes indústrias, a escolha adequada dos materiais e a correta execução dos serviços são fundamentais para evitar problemas que possam comprometer o abastecimento energético e a integridade dos equipamentos e do patrimônio. Esses fatores são essenciais para garantir a durabilidade dos fios e cabos elétricos, assim como a dos demais componentes da instalação.

Aumentar a vida útil dos condutores elétricos não apenas reduz os gastos com a substituição do material, mas também colabora para a segurança e o desempenho eficiente dos equipamentos e de toda a instalação elétrica.

“São diversos os fatores que ajudam a prolongar a vida útil de um condutor elétrico, que vão desde o correto dimensionamento, escolha do cabo e a maneira de instalar, passando pela instalação cuidadosa sem danificar o condutor e, por fim, a sua manutenção adequada”, afirma o professor e engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da COBRECOM.

De acordo com o engenheiro eletricista, a vida útil de um condutor elétrico não é definida em nenhuma norma técnica ou regulamento e, portanto, não é uma informação obrigatória de ser fornecida pelos fabricantes.

“O que existem são estudos realizados pelos próprios fabricantes ou institutos independentes que procuram determinar essa característica. A durabilidade de um condutor elétrico varia muito do tipo de aplicação e do ambiente em torno do cabo. Por exemplo, cabos que vão ser enrolados e desenrolados com bastante frequência ou cabos que vão trabalhar ao tempo, sob sol e chuva, tendem a ter vida útil menor do que cabos de instalações fixas instalados em locais abrigados de intempéries”, esclarece Moreno.

Segundo o profissional, de certa forma, há um certo consenso no mercado que a vida útil dos cabos elétricos para instalações fixas, como as residenciais, comerciais e industriais, varia entre 25 a 30 anos, considerando que tudo foi adequadamente atendido nas fases de projeto, execução e manutenção da instalação.

Emendas e condutores soltos pelos cômodos afetam a durabilidade do material

Emendas mal feitas, excesso de emendas e fios e cabos elétricos soltos pelos cantos do imóvel ou fora dos eletrodutos e/ou canaletas são situações que podem comprometer a vida útil dos condutores.

“As emendas são pontos fracos de uma instalação elétrica e, em caso de falhas, comprometem a integridade dos cabos, reduzindo sua vida útil. Instalar os cabos elétricos de maneira descuidada também pode ocasionar danos à isolação, o que contribui para reduzir a vida útil do produto”, ressalta Hilton Moreno.

Quanto aos fios e cabos elétricos que ficam soltos e espalhados nos ambientes, o consultor técnico da COBRECOM ainda reforça que além de depreciar a construção, os riscos de curtos-circuitos e incêndios são constantes, fora a possibilidade de as pessoas sofrerem choques elétricos ou tropeçarem nos condutores elétricos.

Falta de cuidado durante a execução da instalação

Hilton Moreno explica que a durabilidade dos fios e cabos elétricos também fica comprometida com a falta de cuidado ao passar o componente pelos eletrodutos e pelo incorreto armazenamento do material na obra.

“As dobras, torções e os puxões de forma intensa, brusca e repetitiva podem resultar em danos internos e na isolação dos condutores, resultando na degradação do material e aumentando até mesmo os riscos de curtos-circuitos”, revela Moreno.

Além disso, o material deve ser levado para o local da construção apenas quando a instalação elétrica for realmente executada. As embalagens devem ser armazenadas em lugar seco, coberto e protegido da umidade, e não devem ser arrastadas ou amontoadas de forma desorganizada. Outra dica é abrir os rolos somente no momento em forem ser passados nos eletrodutos.

Atenção redobrada com condutores de qualidade duvidosa

Cabos elétricos que não atendem as normas técnicas, seja por qual motivo for, tendem a apresentar vida útil inferior à vida de condutores normalizados, pois somente pode ser garantida a qualidade mínima aceitável de um cabo na medida que ele cumprir com todos os requisitos normativos. Além disso, estes produtos comprometem seriamente a segurança das pessoas e do patrimônio.

Condutores elétricos precisam de manutenção?

Como qualquer tipo de produto, elétrico ou não, os fios e cabos precisam de manutenção, preferencialmente preventiva. Isto porque, com o passar do tempo, seus materiais vão envelhecendo e degradando, o que é um processo natural, mesmo que os condutores tenham sido projetados e instalados adequadamente.

“Em particular, os cabos elétricos das instalações fixas não são submetidos a movimentações, o que reduz o desgaste por atritos, por exemplo. Quando adequadamente protegidos contra agentes químicos, sol e chuva, o desgaste por estes motivos também é mínimo. Resta então o aquecimento dos cabos como principal motivo de perda de vida útil e, para reduzir problemas por este motivo, devem ser realizadas inspeções termográficas e visuais para avaliar a situação do cabo elétrico e suas conexões”, exemplifica o consultor técnico da COBRECOM.

Hilton Moreno ainda relata que, além das medições de temperatura (por termografia) dos cabos e suas conexões, é necessário avaliar visualmente os condutores em busca de trincas, perfurações, descoloração da isolação e/ou cobertura, mudança de cor no condutor metálico, entre outros, e que estas providências devem fazer parte de um plano de manutenção periódica da instalação elétrica.

“Não há um período de manutenção exigido nas normas técnicas, mas uma boa prática seria realizar a verificação dos condutores, e da instalação em geral, a cada 10 anos em locais de habitação, e a cada 4 ou 5 anos em outros locais comerciais e industriais. Existem, no entanto, situações mais críticas onde a interrupção de energia pode comprometer a segurança das pessoas ou do patrimônio, onde períodos menores entre manutenções podem ser necessários, complementa Hilton Moreno.

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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