A RD Medicine atua como escola para internacionalização do médico brasileiro, isso através de suporte e mentoria para questões burocráticas, posicionamento em estágios e pesquisa, além de curso prático de inglês médico. O aluno tem acesso a uma jornada para direcionar a formação e auxiliar na mudança para os Estados Unidos de forma permanente, ou durante um período, a fim de adquirir experiências profissionais e melhorar o currículo. Com 35 funcionários e menos de dois anos de operação, a empresa projeta fechar 2023 com R$ 6 milhões de faturamento e elevar a receita no próximo ano para R$ 20 milhões.
O processo de validação para conquista de vaga de residência nos EUA dura cerca de dois anos. A RD Medicine faz uso da métrica chamada ‘match’, que é a aprovação dos alunos. Em 2023, a escola conquistou dez matches, o que representa 15% de todo o Brasil. Em 2024, considerando a quantidade de estudantes avançados no processo, a expectativa é alcançar pelo menos 30 aprovações.
“A preparação para a residência nas universidades norte-americanas é apenas uma parte do nosso trabalho. Somos também uma instituição de estágios nos EUA, de Research Fellow – posição formal de pesquisa por um ano –, de inglês médico e educação médica bilíngue, cujo alvo é transformar faculdades de medicina do Brasil em parcialmente bilíngues para formar profissionais internacionalmente, ainda que decidam seguir carreira em solo nacional”, ressalta o CEO e fundador da RD Medicine, Rafael Duarte.
Mercado aberto
O cenário internacional tem se mostrado favorável para brasileiros que se dispõem a fazer residência médica com o objetivo de emigrar. Uma pesquisa recente da Associação Americana de Hospitais chama atenção para a falta de médicos; o país pode enfrentar escassez de 124 mil até o final de 2033. Além disso, os salários nos EUA são muito melhores, o que tem atraído os graduados em medicina do Brasil. Desde 2015, profissionais da atenção primária conquistaram aumento de 33%, enquanto a remuneração de especialistas aumentou 30%, segundo dados do Medscape.
“Faculdades parcialmente bilíngues e que naturalmente já preparam os alunos para as provas de validação ou para experiências nos EUA, como estágios durante a graduação ou pesquisa, acabam se destacando. Por essa razão, estamos em contato com instituições do Brasil com o objetivo de realizar um programa de estudos. Nossa expectativa é consolidar essas parcerias em 2024”, compartilha Duarte.