O Ministério do Trabalho resgatou dez trabalhadores em condições semelhantes à escravidão em uma salina na localidade de Praia Seca, em Araruama. Segundo o órgão, os trabalhadores foram encontrados em condições degradantes no dia 9 de janeiro. De acordo com o MT, a empresa responsável foi notificada e os trabalhadores foram desligados do trabalho, receberam as guias do programa de seguro-desemprego para resgatados, e encaminhados para programas sociais.
Auditores-fiscais do órgão fizeram inspeções onde ocorria a extração de sal, na fábrica onde era feita a moagem e no alojamento dos trabalhadores.
No alojamento, ainda segundo o MT, os fiscais encontraram as piores condições como: falta de água potável, falta de camas (havia um colchão fino e travesseiros no chão), falta de higiene e limpeza em toda a casa (tinha lama no banheiro e muito lixo pelo terreno).
Ainda de acordo com os auditores, as descargas dos banheiros estavam quebradas, fiações elétricas expostas e ventiladores quebrados, além de não haver roupas de cama e armários.
Durante a operação de fiscalização, os agentes interditaram equipamentos usados na fábrica por falta de segurança. Foram encontradas também irregularidades no processo de moagem do sal e diversas infrações que não garantiam a segurança do trabalhador.
O Ministério do Trabalho disse ainda que a empresa assumiu o vínculo empregatício de todos, mas ainda não pagou a rescisão dos funcionários, nem arcou com as viagens de volta para casa dos trabalhadores.
A Procuradoria do Trabalhador em Cabo Frio estava presente na reunião com a empresa e convocou os responsáveis para prestar novos esclarecimentos ainda nesta semana.
Os trabalhadores e suas famílias estão sendo atendidos pelo programa Ação Integrada da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos. Ela está garantindo o retorno dos resgatados a seus domicílios, já que, quatro deles são oriundos de outros estados.
Segundo os agentes, a operação vai continuar.