Patricia Machado iniciou na dança há dez anos como indicação terapêutica para vencer uma depressão. Sua médica, frequentadora de aulas de dança de salão, sugeriu algo que ela amasse ao invés dos antidepressivos comuns. Voltou para casa com a receita na mão, mas com a lembrança de seus passado de criança dançando lambada.
A indicação da médica e amiga, resultou em aulas de dança do ventre no antigo espaço cultural de Búzios, onde ela era a mais velha entre meninas de 12 e 13 anos. Mas nada a impediu de continuar, e continuou, começou a se curar da depressão, emagreceu, colocou a barriga de fora, aprendeu a se maquiar e ficou ainda mais linda do que já era.
No meio de tudo isso, resgatou sua ancestralidade, a dança afro, o afro jazz e a afro ventre. Suas raízes estavam ali aflorando enquanto dançava. A dança que é feita com amor, que é tudo em sua vida, como ela mesma diz. E segue aprendendo até hoje nas aulas com a professora e amiga Angelitta Moyra, em Cabo Frio.
Hoje Patricia está envolvida em diversos projetos de cultura e empoderamento como a administração do ‘Mandala das Flores’, grupo formado pelas mulheres do “Arte do Arém”, resgatando a auto-estima feminina, ensinando a auto-maquiagem, o uso de turbantes, confecção de lingeries sensuais e encontros para bate papo entre mulheres. Projeto que dá às mulheres força e uma nova direção.
Em 2014, Patricia ficou em segundo lugar no Festival de Dança Dercy Gonçalves no Rio de Janeiro, representando Búzios junto com a Cia de Dança Adriano Labis. Ser vencedora não impediu que em um desses concursos uma competidora a abordasse perguntando o que fazia ali, se estava para apresentar um número de samba. O preconceito é real e atinge a todos, mas Patricia saiu vencedora, no mesmo concurso ganhou o segundo lugar, e a preconceituosa, sequer foi classificada.
O Projeto Arte do Harém, que reúne mulheres de Búzios, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Araruama,existe há 19 anos, organizado pela professora de dança Angelitta Moyra, esteve no Rio de Janeiro, no Festival Hórus, e ficou em primeiro lugar na competição de grupos e ainda uma das integrantes ganhou o primeiro lugar de dança senil, a bailarina Vânia Ney, na categoria cima de 40 anos.
Patricia esteve ainda em São Paulo, no mês de abril, para divulgar o trabalho do grupo, no maior festival árabe do Brasil, ‘Mercado Persa’.
Além de todo esse histórico, Patricia ainda encontra tempo e vitalidade para participar do Projeto Bonecas Negras que resgata o artesanato da cultura afro, onde as mães teciam bonecas de pano para as filhas, com materiais recicláveis. Um projeto buziano, com catorze mulheres guerreiras e empoderadas como ela. E como se não bastasse toda essa bagagem, é formada em turismo, é artesã, cabeleireira, manicure e atriz. E ainda pretende abrir seu próprio studio de dança.
Uma mulher como diz o título – INCRÍVEL.
A agenda de show do grupo e os projetos de Patricia você pode acompanhar através de sua página nas redes sociais – Clique Aqui.
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