Com a morte do Papa Francisco, anunciada no dia 21 de abril de 2025, aos 88 anos, a Igreja Católica se prepara para um momento decisivo: a escolha de seu novo líder. O processo, chamado de conclave, reúne os cardeais do Colégio Cardinalício, que deverão eleger o novo Papa nos próximos dias, durante uma votação secreta realizada na Capela Sistina, no Vaticano.
De acordo com especialistas em Vaticano, diversos nomes despontam como possíveis sucessores, entre eles representantes da Europa, Ásia, África e América Latina. Os perfis variam entre alas conservadoras e progressistas, refletindo os diferentes rumos que a Igreja pode tomar após o pontificado de Francisco, marcado por reformas, diálogo e defesa dos marginalizados.
Destaques europeus: italianos e franceses ganham força
Entre os nomes cotados, estão Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e diplomata experiente; Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, conhecido pela atuação progressista e por mediar conflitos como o da Ucrânia; e Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, respeitado pelo diálogo inter-religioso e defesa dos palestinos. O francês Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, também é citado como possível favorito do Papa Francisco.
Outro nome lembrado é o húngaro Péter Erdo, arcebispo de Esztergom-Budapeste, com postura mais conservadora e forte atuação nas relações com as igrejas ortodoxas.
América Latina e Brasil têm representantes no páreo
Entre os latino-americanos, dois brasileiros figuram entre os nomes possíveis: Leonardo Ulrich Steiner, primeiro cardeal da Amazônia, e Sérgio da Rocha, atual arcebispo de Salvador e integrante do Conselho de Cardeais. Ambos têm forte atuação pastoral e formação teológica reconhecida.
O cardeal José Tolentino de Mendonça, de Portugal, também é apontado como um nome progressista e alinhado às pautas de Francisco. Poeta, intelectual e prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, Tolentino é uma das vozes mais respeitadas da Igreja contemporânea.
Ásia e África também são representadas
Entre os asiáticos, Luis Antonio Tagle, cardeal das Filipinas, é um dos favoritos, com destaque por sua atuação na Caritas Internacional e por defender pautas sociais e direitos humanos. Já na África, o cardeal Fridolin Ambongo Besungu, da República Democrática do Congo, tem se destacado por sua defesa da paz e justiça social no continente.
Estados Unidos apresenta nomes de peso
Os EUA têm entre os cotados Wilton Gregory, primeiro cardeal afro-americano, com forte atuação em justiça racial e ambiental; Blase Cupich, arcebispo de Chicago, visto como progressista; e Robert Francis Prevost, atual prefeito do Dicastério para os Bispos.
Próximos passos da Igreja
Durante o período conhecido como Sé Vacante, o cardeal camerlengo, Kevin Farrell, assume temporariamente a administração do Vaticano. O conclave, segundo o rito, deve ocorrer entre 15 e 20 dias após o falecimento do Papa, reunindo os cardeais eleitores com menos de 80 anos para a votação.
A escolha do novo Papa deve indicar os rumos da Igreja nos próximos anos, diante de desafios como a crise ambiental, conflitos armados, escândalos de abuso, desigualdades sociais e o avanço da secularização.