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suicidio região dos lagos
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O Brasil é o quarto país latino-americano com o maior crescimento no número de suicídios, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram quase 15 mil suicídios só no Brasil, e o número só cresce.

Nesse último domingo, dia 28, em um trecho da estrada Cabo Frio/São Pedro da Aldeia, um homem tentou se matar pulando de uma passarela. Policiais e Bombeiros foram acionados para salvá-lo daquele estado. Passando por isso, o Projeto Simplesmente fez um levantamento não oficial dos casos de suicídio noticiados na região. Nos últimos 12 meses ocorreram, pelo menos, doze casos na Região dos Lagos, sendo a maior incidência em São Pedro da Aldeia, 04 casos; seguida por Cabo Frio, 03 casos; Arraial do Cabo, 02 casos; Araruama, 02 casos e Búzios, 01 com um caso.

Com a ajuda da mídia local esse número pode ser levantado, mas esses números podem ser ainda maiores, os suicídios são casos à parte, diferenciados. Existe um certo tipo de convenção profissional extra-oficial (quase como um código que ninguém fala sobre mas que todos sabem que existe) que determina: suicídios não devem ser noticiados. Com nove homens na lista, os dados convergem com os estudos mais recentes, demonstrando que o suicídio no sexo masculino é 3,5 vezes mais comum. No entanto, esse quadro é ilusório, pois, enquanto um número maior de homens efetiva o suicídio, as mulheres são as que mais tentam.

A Organização Mundial da Saúde adverte que, para cada ato, existem inúmeras tentativas anteriores, tornando sua realização passível de prevenção. A relação que cada sujeito estabelece com a morte é única, e uma das poucas certezas que se pode cogitar é que ir ao seu encontro causa alguma angústia. Isto é, a finitude faz com que o ser humano tenha um período de tempo delimitado, e a angústia proveniente desse fato atravessa cada sujeito de forma diferente.

Entenda um pouco do estado da pessoa

Para alguns é uma angústia paralisante, cujo sentido da trajetória em vida é questionado: viver é sacrifício. Para outros a angústia movimenta, de forma que essa trajetória tenha objetivos a serem alcançados: viver é amarração. De qualquer forma, a relação que cada sujeito estabelece com a sua angústia é incomparável, e por este mesmo motivo que a interpretação ou a prevenção de um suicídio precisa ser individualizada, trazida para a esfera subjetiva e peculiar do sujeito.

Mesmo com essas singularidades, pode-se estabelecer alguns parâmetros que, apesar de ter o suicídio como ato final, nascem de forma diferente para cada pessoa. Aquele que o faz por um sofrimento insuportável se diferencia em algum grau daquele que retira a própria vida através de um ritual religioso. Para o primeiro, vimos o III Cinedebate com a melancolia findada em morte da autora Virgínia Woolf. Não pense que esta contraposição é exagerada, pois a história nos mostra muitos suicidas religiosos.

Há menos de 40 anos, Jim Jones convenceu 900 pessoas a tirarem a vida de forma voluntária, num ritual messiânico. Isso demonstra que até a instituição que mais amarra os humanos à vida, quando mau usada, pode anular um de seus maiores preceitos. Indo além, a mesma arte que amarra o sujeito à vida através da produção artística pode ser aquela que contribui para outros cessarem voluntariamente a sua. Escrito em 1774, Os Sofrimentos do Jovem Werther é um livro de Goethe que deu início a uma onda de suicídios na época em que foi lançado. Atualmente, vemos com preocupação similar os jogos da morte e as produções televisivas cujo tema trata de suicídio. Esses exemplos indicam que não é a religião ou a obra que desperta o desejo pelo suicídio, mas sim a relação que cada sujeito estabelece com elas.

Tais parâmetros ajudam a sociedade refletir sobre aquele que sustenta a morte como solução. Quando esses parâmetros dispensam a força social para prevenir o ato suicida e, melhor, para despertar no outro o desejo pela vida, são parâmetros egoístas, produzidos para os que permanecerão vivendo.  No entanto, a reflexão imediata deve se destinar aos sujeitos cuja morte aparece como única saída. À você, leitor, que pensa na angústia como algo insuportável, não cabe a nós, psicólogos do Projeto Simplesmente, prometer uma solução. Cabe a nós, nesse texto, apresentar a escuta como alternativa que culmina em encontrar uma maneira individual de ser feliz. Comece a sua análise.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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