Rafael Alvarenga
Ontem se disputou a 38ª rodada do Campeonato brasileiro de futebol de 2016. Domingo marcado pela lembrança do desastre com a Chapecoense. Entretanto, ainda assim, cheio de partidas disputadas com vontade. Eram jogos que, aparentemente, nada valiam. Como o caso de Ponte Preta X Coritiba. No entanto, ao ver um pedaço de partidas como essas, notava-se um empenho aguerrido, uma ambição declarada, uma busca insuspeita pela vitória nessa altura de um campeonato que nada mais daria para muitas equipes.
O Flamengo foi jogar contra o Atlético-PR e, no segundo tempo, o técnico rubro-negro passou a trocar defensores por jogadores ofensivos. O que estava acontecendo? Será que só agora ele ouvia o apelo da torcida? Não. Não era um gigantesco delay entre técnico e torcedor. Era a premiação da CBF que estava em jogo.
Em 2016 a entidade aumentou 67,6% o valor da premiação aos clubes se comparada com 2015. Desse modo, apenas as equipes rebaixadas não teriam direito a recompensa. Sendo que o valor da premiação era diretamente proporcional à colocação final na tabela. O campeão Palmeiras embolsou R$17 milhões, o vice, Santos R$10,7 e o Flamengo, terceiro colocado, R$7,3. Vejamos porque colocar o time para o ataque em uma rodada que, parecia não decidir mais nada para o Flamengo. Contudo a diretoria do clube sabia que uma vitória engordaria os cofres do clube com R$ 3,4 milhões.
Vejam o exemplo do Sport que ao vencer o já rebaixado Figueirense – sem direito a prêmio algum – embolsou R$200 mil a mais além de se livrar do rebaixamento.
Para entender o futebol moderno é preciso um olho no campo e outro nos escritórios. E por menor que seja a bola hoje em dia, espero que ela não chegue a desaparecer completamente no fundo falso de cartolas mágicas.