Pular para o conteúdo
Search

Observações antirracistas/Não corra!

O racismo precisa acabar! O racismo prostra, frustra e imobiliza pessoas! O racismo é a ferida nunca curada da nossa sociedade! O racismo mata! Podemos dizer mil e uma frases sobre o racismo e seus problemas correlatos, menos negá-lo. A estrutura na qual nós estamos inseridos não permite negação, pelo simples fato de as pessoas não brancas ainda serem quase cidadãos.

Uso o conceito de cidadão a partir de sociedade instituída por uma constituição em que cada pessoa residente no território brasileiro tem uma série de direitos e obrigações para o seu pleno desenvolvimento e nem todos tem esse acesso, pelo menos não aos direitos.

E por toda a incompetência dos políticos/dirigentes em questão, pessoas não brancas são violadas e aniquiladas a torto e certeiro, por aí, sem chance de reivindicação, seja ela constitucional, jurídica, quiçá humanística. A não chance está diretamente ligada ao racismo e é sobre isso que não dá pra se negar.

A negação só dá continuidade a violação. A negação só naturaliza a aniquilação. A negação só fortalece o duplo sentido cidadão/quase cidadão em que o consumo/poder aquisitivo é argumento para dizer que o não branco pode ser livre e é estampado que pessoas não brancas são espancadas, alvejadas e mortas após sabe o que – consumir!

Por conta dessas questões, falar sobre racismo e suas provocações cotidianas em um veículo de comunicação, é antes de mais nada, desnudar, desmascarar a estrutura vigente. Depois mostrar a força simbólica do não. Quem não tem acesso? Quem é morto, quem é morta? Por que não se tem esse acesso? Por que você nega?

A reflexão mais do que necessária é feita por pessoas diversas, pessoas não brancas. Mulheres e homens pretos em que são negados seja via instituição, seja por via midiática, seja por via psíquica, os acessos ao corpo, ao espírito, a intelectualidade, a cidadania. O direito de ir e vir nos é negado e é fundamental qualquer um saber disso, pelo menos.

Saber pode ter diversas implicações, inclusive de escamotear o problema. No caso aqui exposto, o mínimo que se espera são ações, muitas ações. Ações dos não brancos de se perceberem no calabouço, reagir para poder sair e ações dos brancos para pararem de construir calabouços e destruir os que existem.

Nós destruímos calabouços diariamente, milhões de pessoas fazem isso, mas sempre há um pronto pra nós, ao nosso menor vacilo, para nos enclausurar. Importante dizer que o vacilo é a estrutura racista dizendo sempre o que podemos ou não fazer, que é quase nada e quando se ousa a sair do quase nada, há a sanção, há a aniquilação, não só do corpo, mas da existência.

Então discutir o racismo na Prensa de Babel ou em qualquer veículo de comunicação, é uma proposta de mudança real da sociedade, é uma lufada de esperança, por que não? Precisamos destruir a pilastra do racismo da nossa estrutura social, psíquica, espiritual e o jornalismo, os artigos de opinião, os dados, as estatísticas são ferramentas fundamentais de luta.

Não se omita, entenda o que as pessoas não brancas tem a dizer, entenda sua parte na manutenção da estrutura e vire a chave, pegue a marreta, vamos destruir o modelo reinante e propor uma outra sociedade, de fato. Sem subterfúgios, sem esconderijos, bater de frente porque nossos descendentes precisam disso, da nossa luta, para eles serem plenos.

Se é o desejo, venha e sem negações…

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

Matérias Relacionadas

Conexão Praia em Ipanema promove esporte, cultura e sustentabilidade com apoio do Governo e da Light

Prefeitura de Búzios inicia Operação Choque de Ordem em Geribá

Anderson Chaves garante apoio para presidência da Câmara de Búzios

Búzios abre inscrições para núcleo gratuito de basquete direcionado a jovens de 7 a 17 anos

NOTÍCIAS DE GRAÇA NO SEU CELULAR

A Prensa está sempre se adaptando às novas ferramentas de distribuição do conteúdo produzido pela nossa equipe de reportagem. Você pode receber nossas matérias através da comunidade criada nos canais de mensagens eletrônicas Whatsaap e Telegram. Basta clicar nos links e participar, é rápido e você fica por dentro do que rola na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Receba nossa Newsletter!