Octavio Raja Gabaglia, o Otavinho, é criador e defensor de uma norma não escrita, mas que perdurou durante duas décadas, impedindo que a especulação imobiliária tomasse de assalto a antiga vila de pescadores de Búzios.
A história dessa norma que virou “lei” muito antes de ser oficializada, através de projeto de lei do próprio Otavinho quando vereador antes da emancipação político administrativa de Búzios é também conhecida dos habitantes e veranistas mais antigos. Ao constatar, em 1968, que uma recém-iniciada construção na praia da Armação caminhava para o terceiro pavimento, Octavio chamou o proprietário e tentou convencê-lo da inconveniência da construção.
Esgotados todos os argumentos, o recém-formado arquiteto resolveu usar da autoridade que o diploma lhe conferia e afirmou categoricamente que o proprietário estava infringindo uma “lei” que restringia a 7,5m a altura máxima das construções em Búzios, quando cobertas por telhas cerâmicas, limitando, quando a cobertura fosse de telhas planas ou laje, o que era o caso em tela, a 5,5m de altura. Está “lei” jamais existiu até aquele momento.
“A ênfase com que proferi as palavras acabou convencendo o proprietário do terreno, que concordou em não levantar o terceiro pavimento, desde que eu não denunciasse a construção aos órgãos de fiscalização do CREA” – comenta.
Não existia lei alguma, nem municipal, nem estadual, nem federal. Foi uma ação rápida para impedir a primeira construção que levaria a um processo de descaracterização na cidade. O próprio conceito de planejamento urbano ainda engatinhava no Brasil. Mas se aquela construção vingasse, Búzios, tal qual a conhecemos hoje, não existiria.
📍Casa localizada na Praia de Geribá, em Búzios – RJ
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