Após quase 14 horas de julgamento no Fórum de Armação dos Búzios, Carlos José de França foi condenado a 33 anos de prisão pelo assassinato da argentina Florencia Aranguren, de 31 anos. A sentença foi proferida pelo juiz Danilo Marques Borges na madrugada desta quinta-feira (10), com base na decisão unânime dos sete jurados que compuseram o Tribunal do Júri.
O caso aconteceu no dia 6 de dezembro de 2023, quando a vítima foi morta com 18 facadas enquanto fazia uma trilha com seu cachorro rumo à Praia de José Gonçalves. O corpo foi localizado por guardas municipais, e o animal permaneceu ao lado até a chegada das autoridades.
Carlos José foi preso em flagrante no mesmo dia, nas proximidades do local do crime, com roupas manchadas de sangue e arranhões. Laudos periciais confirmaram a presença de DNA da vítima sob suas unhas, indicando tentativa de defesa. Imagens de segurança e a reação do cão ao se aproximar do réu foram elementos considerados relevantes no processo.
A Promotoria sustentou que o crime foi cometido com motivo torpe e uso de meio que dificultou a defesa da vítima, conforme o artigo 121, §2º, incisos I e IV do Código Penal. O julgamento contou com a atuação do Grupo de Atuação Especializada em Tribunal do Júri (GAEJURI) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). A promotora de Justiça Rita Madeira destacou a solidez das provas apresentadas, incluindo 20 laudos técnicos que confrontaram a versão da defesa.
Além da pena de 33 anos em regime fechado, a Justiça determinou o pagamento de indenização de R$ 50 mil à família da vítima, que acompanhou o julgamento vinda da Argentina. O juiz classificou o crime como de “altíssima reprovabilidade”, citando a brutalidade, a ausência de motivo e o histórico criminal do réu, que já havia cumprido pena por estupro e roubo.
Relembre o caso
Florencia Aranguren estava em Búzios havia apenas três dias. De nacionalidade argentina e artista de circo, ela era trapezista e viajava com frequência. Segundo a investigação, o crime não teve motivação aparente ou vínculo prévio entre vítima e acusado. O caso teve ampla repercussão nacional e foi marcado por manifestações locais pedindo justiça.