Durante cinco dias de programação, passaram pelo maior Festival de Literatura e Cultura de Macaé (Flicmac) cerca de 60 mil pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL). O evento, que começou na última terça-feira (7) e terminou neste sábado (11), no Parque de Exposições Latiff Mussi, foi palco de importantes nomes da literatura brasileira, artistas e escritores locais, teatro, apresentações musicais e danças, contação de histórias traduzidas em libras, oficinas de robótica, além de estações literárias. No último dia, os espaços foram ocupados pelas famílias da população macaense.
A pequena Helena Mendes de Oliveira, 9 anos, contou que ficou encantada com os livros e o teatro. “Eu escolhi três livros para ler em casa, mas também gostei muito da apresentação de teatro”, disse. Ela estava com sua mãe, Verônica Mendes de Oliveira, 38 anos, que também falou sobre a oportunidade de participar do evento. “Foi muito bom terminar em um sábado, pois trabalho durante a semana e consegui trazê-la para essa experiência”, frisou.
Para a secretária municipal de Educação, Leandra Lopes, o festival incentivou o gosto pela leitura. “É muito bom saber que a população macaense aderiu a esse projeto. O sábado está com a visitação das famílias. O Flicmac conseguiu seu objetivo de sensibilizar as pessoas que a leitura é fundamental”, pontuou a secretária.
O membro da ABDL, Roberto Leal, falou sobre a importância de Macaé sediar o evento. “As maiores editoras do Brasil estão aqui. Proporcionar leitura aos estudantes e população é cidadania, conhecimento, cultura, arte. Isso é exemplo de políticas públicas para outras cidades, principalmente, quando o município oferece um vale livro para estudantes e professores”, disse.
O secretário adjunto de Educação Básica, Robério Fernandes, destacou que além do incentivo à leitura, a administração municipal realiza diversas ações de apoio como a previsão da Associação Macaense de Letras, aquisição de livros para uma educação antirracista, seminários sobre educação, entre outras.
Narrativas
No espaço Conexão de Saberes (Escritores), o público prestigiou a roda de conversa sobre “Narrativas e Diversidade na Arte”, com os escritores Júlio Emílio Braz e Estevão Ribeiro, além de uma breve história da literatura de autoria negra brasileira, com Daiana Souza. Júlio Emílio falou um pouco sobre sua obra infantojuvenil “Saguairu”, prêmio Jabuti. “O personagem, um índio, está sempre na busca da sua identidade, assim como estive sempre, sendo filho de mãe branca e pai negro. Apesar da minha certidão ter a cor pardo, descobri somente na faculdade de História que sou negro”, frisou o escritor.