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Fábio Emecê é professor, rapper e ativista. escreve sobre música aqui no Prensa
Fábio Emecê é professor, rapper e ativista. escreve sobre música aqui no Prensa

Por Fábio Emecê

fabio-emece
Fábio é professor, rapper e avista da causa ant-racisno

A conversa presencial regada a alguns aditivos nos traz reflexões sobre quem somos, onde estamos e como vivemos. Uma coisa bem óbvia, retirada de um algum livro de auto – ajuda, talvez. Sou o que sou, cor e valor, nascido e morando em Cabo Frio, terra do sal, sol, mar e maresia. E a maresia, como sabem, é a corroedora máxima de material, pesadelo da construção da civil.

No aprofundamento da ideia, comecei a pensar, com a ajuda de um amigo, que a maresia, além de corroer prédios e materiais metálicos, corrói a mente, a vontade e a memória dos incautos que moram por essa área.

Não tem um começo pra deterioração regional, o que uns gostam (mentira, ninguém gosta) de chamar de decadência, mas o gatilho, pelo menos para mim, foi a placa de venda na antiga Estação Ferroviária de Cabo Frio, localizada no Bairro Jacaré.

A Estação fazia parte da Estrada de Ferro Maricá, e a parte de Cabo Frio foi inaugurada em 1937 e desativada em 1964, muito em função do lobby feito ao transporte rodoviário, no qual somos reféns até hoje. Um prédio, com um imenso quintal arborizado que poderia se transformar em tantas coisas de referência regional, como um polo artístico e turístico, por exemplo, com o sério risco de sumir do mapa e que se exploda.

Percebam uma coisa básica, os espaços básicos de construção, de entendimento, de marco civilizatório regional estão sendo abandonados, esquecidos ou transformados em uma outra coisa, salvo um local ou outro, por conta da intervenção do IPHAN ou IBRAM. Pesquisem o conceito de gentrificação e façam uma comparação com o que acontece a Passagem (Cabo Frio), por exemplo.

Houve uma escolha política, a um tempo atrás, de entregar espaços de excelência, de mão beijada a faculdades privadas e as poucas instituições públicas de ensino superior da região, pouco se conecta com a realidade local, não produzindo nada muito relevante que realmente nos dê novas direções, aliando a história com a potencialidade dos agentes.

O que temos de fato são classes dirigentes ligadas a famílias tradicionais, mostrando por A mais B que o que importa mesmo são os seus bolsos e a manutenção dos ciclos de poder, onde o planejamento de governo mesmo é maneira como pessoas continuarão votando nas suas legendas. Aí entra cabos eleitorais, portarias, cargos comissionados, empreiteiras e afins.

Se um prédio histórico cair, dane-se. Se for colocado a venda, dane-se. Se as praias forem degradadas, dane-se. Se construírem um shopping em cima de um sítio arqueológico, dane-se. Se o parque ecológico tiver abandonado, dane-se. Se os jovens estão sem referência educacional e cultural, dane-se. Passado, presente e futuro sendo destroçados.

Entende a maresia? Como ela está nos corroendo e nos sufocando, mais e mais? Acreditamos que tá tudo bem, faz parte da natureza e salve quem puder com o que sobrar. Por enquanto nem o busto do Teixeira e Sousa tem sobrado. Aliás, você sabe quem é?

 

Filosofia da Maresia

Fábio Emecê é professor, rapper e ativista. escreve sobre música aqui no Prensa
Fábio Emecê é professor, rapper e ativista. escreve sobre música aqui no Prensa

Por Fábio Emecê

fabio-emece
Fábio é professor, rapper e avista da causa ant-racisno

A conversa presencial regada a alguns aditivos nos traz reflexões sobre quem somos, onde estamos e como vivemos. Uma coisa bem óbvia, retirada de um algum livro de auto – ajuda, talvez. Sou o que sou, cor e valor, nascido e morando em Cabo Frio, terra do sal, sol, mar e maresia. E a maresia, como sabem, é a corroedora máxima de material, pesadelo da construção da civil.

No aprofundamento da ideia, comecei a pensar, com a ajuda de um amigo, que a maresia, além de corroer prédios e materiais metálicos, corrói a mente, a vontade e a memória dos incautos que moram por essa área.

Não tem um começo pra deterioração regional, o que uns gostam (mentira, ninguém gosta) de chamar de decadência, mas o gatilho, pelo menos para mim, foi a placa de venda na antiga Estação Ferroviária de Cabo Frio, localizada no Bairro Jacaré.

A Estação fazia parte da Estrada de Ferro Maricá, e a parte de Cabo Frio foi inaugurada em 1937 e desativada em 1964, muito em função do lobby feito ao transporte rodoviário, no qual somos reféns até hoje. Um prédio, com um imenso quintal arborizado que poderia se transformar em tantas coisas de referência regional, como um polo artístico e turístico, por exemplo, com o sério risco de sumir do mapa e que se exploda.

Percebam uma coisa básica, os espaços básicos de construção, de entendimento, de marco civilizatório regional estão sendo abandonados, esquecidos ou transformados em uma outra coisa, salvo um local ou outro, por conta da intervenção do IPHAN ou IBRAM. Pesquisem o conceito de gentrificação e façam uma comparação com o que acontece a Passagem (Cabo Frio), por exemplo.

Houve uma escolha política, a um tempo atrás, de entregar espaços de excelência, de mão beijada a faculdades privadas e as poucas instituições públicas de ensino superior da região, pouco se conecta com a realidade local, não produzindo nada muito relevante que realmente nos dê novas direções, aliando a história com a potencialidade dos agentes.

O que temos de fato são classes dirigentes ligadas a famílias tradicionais, mostrando por A mais B que o que importa mesmo são os seus bolsos e a manutenção dos ciclos de poder, onde o planejamento de governo mesmo é maneira como pessoas continuarão votando nas suas legendas. Aí entra cabos eleitorais, portarias, cargos comissionados, empreiteiras e afins.

Se um prédio histórico cair, dane-se. Se for colocado a venda, dane-se. Se as praias forem degradadas, dane-se. Se construírem um shopping em cima de um sítio arqueológico, dane-se. Se o parque ecológico tiver abandonado, dane-se. Se os jovens estão sem referência educacional e cultural, dane-se. Passado, presente e futuro sendo destroçados.

Entende a maresia? Como ela está nos corroendo e nos sufocando, mais e mais? Acreditamos que tá tudo bem, faz parte da natureza e salve quem puder com o que sobrar. Por enquanto nem o busto do Teixeira e Sousa tem sobrado. Aliás, você sabe quem é?

 

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