Ex-atriz deverá pagar 20 mil euros por chamar habitantes da ilha francesa de Reunião, no Oceano Índico, de “selvagens”
Um tribunal de Saint-Denis, na França, condenou Brigitte Bardot, de 87 anos, por ter praticado insultos racistas. A sentença saiu na quinta-feira (6) e a ex-atriz terá que pagar multa de 20 mil euros (cerca de R$ 128 mil reais) por chamar habitantes da ilha francesa de Reunião, no Oceano Índico, de “selvagens” ao denunciar supostos maus-tratos a animais na localidade. O assessor de imprensa da ex-estrela do cinema, Bruno Jacquelin, também deverá pagar 4 mil euros, cerca de R $25 mil reais, por cumplicidade.
Bardot é uma ativista pelos direitos dos animais e ao escrever uma carta ao governo da ilha, em 2019, se referiu aos moradores como “nativos que ainda têm genes selvagens”. Ela alegou que cães e gatos eram usados como isca na pesca e que cabras e bodes eram decapitados “em festivais indígenas”. A ex-atriz ainda chamou a população de “degenerada, ainda imbuída em tradições ancestrais bárbaras”.
A repercussão atraiu críticas de organizações de direitos humanos, que protocolaram uma queixa-crime contra Bardot. À época, a ministra de Relações Exteriores dos Territórios Ultramarinos do país, Annick Girardin, publicou uma carta aberta à atriz dizendo que “o racismo não é uma opinião, é crime”.
Para a advogada de defesa, Catherine Moissonier, defender animais “é a vida de Brigitte Bardot”. A angústia dos animais “é uma realidade em Reunião”, acrescentou a advogada.
À protagonista do filme “E Deus criou a mulher” está atribuída a apresentação de Búzios ao mundo, quando veio se hospedar no balneário em 1964, para fugir do assédio de repórteres e paparazzis. A atriz atraiu os olhares de turistas para a península e ganhou uma estátua em bronze, que fica localizada na Orla Bardot e, também, faz referência ao sobrenome da ex-estrela do cinema mundial.