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Precisamos colocar a gentileza na moda

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Coloquei um poema de um poeta que admiro muito, no meu perfil do whatsapp, e entre as presenças cativas e de aventureiros que habitam a minha lista de contatos, apareceu uma guria, guria sim! Porque ela é do Rio Grande do Sul, para me dizer que aquele poema a atingiu com a mesma força e pontaria que uma seta alcança seu alvo. Ela me mandou uma mensagem, dizendo que fazia parte do público cativo que visualiza o meu status do whats apesar de nunca ter ficado registrado as visualizações dela.

Logo em seguida escreveu em qual contexto nos conhecemos, caso eu não me lembrasse. O mais curioso dessa história, é que essa mesma guria que havia encontrado alento nas palavras de um poeta admirado e propagado por mim, foi a mesma, que no início do ano, me fez renovar as esperanças nas relações humanas! Isso mesmo, me fez acreditar que existem pessoas boas, desinteressadas e gentis.

No início desse ano, fui ao Rio Grande do Sul prestar um concurso, só que o mesmo aconteceria no interior do Rio Grande do Sul e eu não fazia ideia de como poderia chegar à pacata cidade de Lajeado. Eis que resolvo lançar mão de uma das ferramentas e plataformas digitais que nasceram com a promessa de revolucionar as formas de sociabilidade e também de locomoção. Uma vez conectada, consigo uma carona, remunerada, mas com preço colaborativo, para o local desejado.

Ao olhar o perfil da motorista, que o condutor fosse uma mulher era um pré-requisito importante para eu fechar o negócio (falaremos sobre isso em outro momento). Ela estava indo justamente para o mesmo local que eu, pois também realizaria a prova. Pensei que era meu dia de sorte. Fechei negócio e começamos a combinar os detalhes da viagem, e logo depois de meia dúzia de palavras trocadas a motorista pergunta se estou com cartão de confirmação impresso. Diante da minha resposta negativa, ela prontamente se oferece para imprimir.

No início, agradeci e disse que não queria incomodar, que procuraria um lan house para realizar a impressão. Mas a verdade, é que eu não confiaria o número do meu CPF a uma estranha, que poderia utilizar essa informação para fazer compras milionárias em meu nome. Brincadeiras a parte, o que realmente aconteceu é que fui subitamente acometida por um sentimento de desconfiança conspiratório.

Diante disso, fui procurar um lugar para fazer a impressão, só que era véspera de carnaval! Ruas lotadas, tudo fechado, com exceção dos charmosos botecos e bares da arborizada Porto Alegre. Assim sendo, fui “obrigada” a aceitar a oferta da moça, que no início me deixou apreensiva e temerosa com tamanha generosidade e bondade. A partir dessa simples cena me coloquei a refletir, como andamos armados e na defensiva? Por que gestos de gentileza nos levam a tantas neuroses?

Neurose sim. Coloquei-me a pensar em qual o propósito dela ser gentil, o porquê de tamanha generosidade com alguém que ela não conhecia, alguém que estabeleceu apenas uma relação comercial com ela. Logo, só podia ser golpe. E me espantei comigo e com esses pensamentos. Por que tratar alguém bem soa tão estranho e fora de moda nos dias de hoje? Por que nos apavoramos com a gentileza? O que está nos deixando tão desconfiados?

Não fui aprovada no concurso, mas, sem dúvida, aquele dia era o meu dia de sorte! Porque tive a felicidade de conhecer pessoas incríveis durante o percurso de ida e volta, com direito a bolo de chocolate vegano, sem nenhum custo adicional ou a solicitação/suplica/negociação de estrelinhas ou avaliações positivas. Durante o trajeto, regado a muitas conversas e chimarrão, pude ver quão pura e gentil era a motorista. Isso, me levou a concluir que as pessoas boas ainda existem! Ele me fez renovar a esperança nas relações humanas.

Felizmente o mundo anda cheio delas, não nego a existência das más, porém a mídia e as redes sociais só abrem espaço para as histórias com finais tristes e trágicos. Os casos de bondade e gentileza são esquecidos, esquecidos ao ponto de terem ficado démodé. Ao ponto de desconfiarmos de quem nos trata com bondade. Precisamos ser mais gentis e bons. “Fazer o bem sem olhar a quem!”, como nos recomenda um velho ditado popular. Precisamos divulgar os gestos de carinho e altruísmo do dia a dia. Precisamos nos fortalecer! Precisamos exercitar a gentileza, pois como diz outro poeta que também admiro muito: “Gentileza gera gentileza”

Renata Souza

Bacharel e licenciada em Ciências Sociais.
Mestre em Sociologia Política.
Professora de Sociologia e Filosofia do Ensino Médio e Técnico.

Bacharel e licenciada em Ciências Sociais. Mestre em Sociologia Política. Professora de Sociologia e Filosofia do Ensino Médio e Técnico.
Renata Souza

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