Entrevista da Prensa de Babel com candidatos de Macaé compara propostas atuais de campanha com governos anteriores
Os recentes governos de Macaé foram marcados por instabilidades, principalmente para os servidores públicos. Durante a série “Prensa entrevista candidatos de Macaé”, os concorrentes que irão disputar o cargo de prefeito nas eleições municipais foram questionados sobre as influências de propostas dos governos anteriores e o apoio à diretrizes aplicadas pelos antigos prefeitos.
Os candidatos que responderam à entrevista foram os seguintes: Igor Sardinha (PT), Robson Oliveira (PTB), Maxwell Vaz (Solidariedade), Silvinho Lopes (Democratas), Welberth Rezende (Cidadania) e Sabrina Luz (PSTU).
Prensa de Babel: De uma maneira geral, as propostas mais comuns de 2020 confrontam vários candidatos que defendem legados e participaram diretamente de governos passados dos últimos três prefeitos: Sylvio Lopes, Riverton e Dr. Aluízio: Como você avalia esse momento e como candidato, você defende o legado de um desses governos?
Igor Sardinha (PT):
Respeito a pessoa de todos, mas acreditamos que a cidade precisa virar uma página e começar a escrever uma nova história de verdade. Nosso futuro governo quer construir uma cidade diferente do que já foi feito. Estamos trazendo para a cidade propostas inovadoras que nunca foram feitas por aqui, mas que já provamos que é possível fazer e mudar a vida das pessoas, como a moeda social, o lixo por comida, a empresa pública de transporte com tarifa zero e a quebra do monopólio. Acreditamos que podemos fazer muito mais e vencer problemas graves da cidade como a desigualdade social e o saneamento para quem mais precisa. Quando a gente fala de inovar, é fazer diferente mesmo. Queremos quebrar barreiras e construir pontes.
Robson Oliveira (PTB):
Eu não sou filho de ex-prefeito, não fui prefeito, não tenho rabo preso com nenhum político; não sou candidato apoiado por nenhum ex-prefeito ou pelo atual prefeito. Chega da velha política. Meu pai é barbeiro e minha mãe, merendeira. Somos gente humilde, que têm vontade e garra, pra devolver Macaé ao povo e acabar com essa desigualdade que vem imperando na Cidade. Como eu sempre digo: uma cidade pra ser boa, tem que ser boa para todos, não apenas para alguns afortunados.
Maxwell Vaz (Solidariedade):
Respeito a trajetória e trabalho de cada um, entretanto tenho divergências serias quanto as prioridades, que os referidos ex-prefeitos não executaram, iniciando pela aplicação dos royalties do Petróleo, que no meu entendimento deveria ser usado nas obras de infraestrutura e saneamento básico para garantir o desenvolvimento sustentável, mas na contramão do planejamento, os ex-prefeitos acompanharam inertes o crescimento desordenado e usaram os royalties, para pagar muitas festas, para tentar coibir essa prática irresponsável eu propus uma emenda na lei orgânica, proibindo o uso dos royalties do petróleo para pagar festas e shows, mas infelizmente não foi aprovada. Até hoje, Macaé é uma cidade que precisa de saneamento básico nas quatro dimensões – coleta de resíduos, drenagem, tratamento de esgoto e água potável, pense, só no mandato de Dr. Aluízio até setembro o município arrecadou de royalties R$3,6 Bilhões, não é falta de dinheiro é falta de gestão.
Os últimos prefeitos não fizeram o básico, é um legado de sofrimento. O sistema viário é precário, o transporte público de péssima qualidade, escolas improvisadas em casas alugadas, bairros inteiros sem esgoto e água potável, redes elétricas caindo sobre as pessoas na Av. Atlântica, setor de petrolífero sem canal de dialogo, o maior projeto da história de Macaé o TEPOR ignorado pelo atual governo.
Silvinho Lopes (Democratas):
De forma bem categórica e eminente, digo que o único, entre os prefeitos citados acima, que possui um legado positivo para Macaé, é Silvio Lopes. Sem demagogia e sem paternalismo. As principais obras da cidade foram construídas em sua gestão e tenho o orgulho de frisar que participei desse legado, sendo, o então, secretário de planejamento e Gestor Municipal. Planejamos e tiramos do papel obras importantes como: Hospital Público Municipal (HPM); as Linhas Azul, Amarela, Vermelha e Verde, para desobstruir o trânsito no Centro e na Barra; o Centro de Convenções; o Ginásio Poliesportivo; entre outros.
Os demais, se prepararam para ganhar a eleição, mas não para fazer gestão. Um, afundou o município, lotando a folha de contratados e colaboradores, sem nenhum planejamento orçamentário; o outro, não teve um projeto de gestão, e sim de poder. Comprometendo a economia do município, quebrando pequeno e médio empresários, principalmente, durante a pandemia.
Se me espelho em algum desses, certamente, é em Silvio Lopes, que geriu o município valorizando o servidor, construindo obras para o município e fortalecendo a cidade, todas as áreas. Por isso, eu aceitei o desafio de reconstruir uma Macaé Forte Outra Vez.
Welberth Rezende (Cidadania):
Devemos analisar as ações, programas e projetos de todas as áreas, independente de quem foi o gestor que implantou, é nisso que acredito e é assim que vou conduzir o meu governo. Esse olhar para o investimento público, respeitando o dinheiro do contribuinte é fundamental, por isso temos sim, que concluir obras importantes para o município e que foram iniciadas em gestões passadas, reavaliar projetos que não trazem benefício efetivo para o cidadão e reconduzir essas ações, ou seja, melhorar o que deu certo e criar o que precisa ser feito. Estou em busca do futuro para Macaé a partir do desenvolvimento econômico, essa é minha missão
Sabrina Luz (PSTU):
Não defendo o legado de nenhum governo anterior! Macaé tem uma história de séculos de invasão, genocídio de indígenas e negros, escravidão, roubo de terras e riquezas promovido pelos super-ricos e poderosos.
Recentemente com a vinda da Petrobras quem passou a mandar foram as grandes empresas em especial as ligadas à indústria do petróleo que fizeram da prefeitura uma ferramenta para manterem seu domínio em detrimento de nosso povo trabalhador. Até o momento todos os governos perpetuaram essa triste história.
Estamos em meio a uma gigantesca crise econômica, sanitária e ambiental. Em Macaé o número de pessoas em extrema pobreza chegou a 23 mil, o desemprego explode e a pandemia já levou a vida de quase 200 pessoas, porém neste mesmo ano surgiram 33 bilionários no Brasil. Os trabalhadores estão na miséria e um punhado de pessoas está lucrando como nunca. O que nos aguarda ano que vem é um cenário de barbárie!
Nosso povo precisar ir à luta em defesa de um futuro melhor. Precisamos resgatar nossa ancestralidade, relembrar os Quilombolas de Carukango, que lutaram bravamente contra os senhores de escravos e os capitães do mato. Nos inspirar nos flecheiros Goitacazes temidos pelos invasores europeus.
Minha candidatura está a serviço da ruptura com o capitalismo que historicamente separou o trabalhador da riqueza produzida por ele. Queremos colocar os trabalhadores, a dona de casa, o desempregado, o pequeno produtor rural e pequeno empresário para mandar cotidianamente em Macaé.
As entrevistas na íntegra estão disponíveis no site, na aba Macaé. Com a proximidade das eleições municipais, a Prensa de Babel promove este projeto, que tem por objetivo permitir que a população conheça as pessoas que se apresentam como opção de voto para representar a cidade nos próximos anos.
