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Turbulências fazem de Cabo Frio terreno fértil para fake news

As notícias falsas estão por aí. Basta ter uma conta na internet para receber várias, diariamente, algumas com tom absurdo, outras mais bem disfarçadas. Quem não tem cuidado, cai direitinho. Só que a coisa fica mais séria quando grupos políticos se organizam para espalhar mentiras e difamações. Na sede pelo poder, prejudicam a própria comunidade que dizem querer ajudar.

Se nas últimas eleições presidenciais a disseminação de notícias falsas foi tida como determinante para o resultado final, não se pode menosprezar o poder das fake news em uma cidade como Cabo Frio, que paga o preço de duas décadas de desperdício do dinheiro público e, agora, se vê em dificuldades. Trata-se de um terreno fértil para quem deseja apenas tumultuar.

A situação chegou a tal ponto que até falso médico começou a ir até a porta de hospital público e para fazer vídeo difamando a unidade de saúde e a equipe médica. Verdadeiro terror psicológico para os pacientes que acabam ficando amedrontados. Até o prefeito Adriano Moreno (Rede) chegou a falar sobre o caso em uma entrevista concedida em março.

“O funcionalismo lá tem medo de trabalhar. Todo dia vai uma pessoa lá com celular, bota uma roupa de médico, se fantasia com um jaleco e começa a xingar todo mundo”, afirmou o prefeito, referindo-se ao que estava acontecendo no Hospital da Mulher.

A situação ganhou contornos ainda mais dramáticos no mês passado, quando o prefeito estava na unidade de saúde anunciando medidas durante uma vistoria do Conselho Regional de Medicina (Cremerj). Foi quando o tal falso médico apareceu no local. Um tumulto se formou e o homem foi retirado pela Guarda Municipal. Como se não bastasse, entrou em cena um falso jornalista, que inflamou ainda mais o ambiente, ofendendo, durante sua transmissão ao vivo em uma rede social, aqueles que estavam concedendo explicações na entrevista coletiva.

Dias depois, o falso jornalista acabou parando na delegacia, acusado de plágio por outro veículo de comunicação já estabelecido na região. A acusação era de uso de toda a identidade visual e outros elementos de um conhecido portal no blog fake. O modus operandi é idêntico ao de outros portais que disseminam notícias falsas: ofensas, alardes e apelações, sempre em busca de cliques a todo custo.

Não foi a primeira vez que notícias falsas fizeram estrago na cidade. Em fevereiro, fake news se espalharam nas redes sociais com informações sobre um suposto sequestro em uma farmácia do Centro e de assaltos na orla do Peró, onde ocorreu um único caso policial (o roubo de um carro) desde o início de janeiro. Comerciantes reclamaram que as fake news estavam afastando turistas e prejudicando a economia. A Polícia Militar prometeu apurar o caso.

“Cabe distinguir as fake news pela sua área de abrangência, quase sempre relacionada, num primeiro momento, ao tipo de veículo utilizado para a sua propagação. Grupos do Facebook ou do Whatsapp costumam ter alcance relativamente reduzido, mas estão entre as categorias cujas notícias falsas produzem mais malefícios individualmente. Se notícias falsas veiculadas nas redes sociais têm um alto poder ofensivo individual quando acusam pessoas de crimes, o que dizer dos boatos de alcance geral que dão notícia de fatos inexistentes, mas que causam medo, insegurança, desconforto e irritação nas pessoas?”, questionou o jornalista Ruy Portilho em artigo publicado no Prensa em abril de 2017.

Já o advogado especialista em direito do trabalho Breno Nascimento, em artigo publicado no Prensa em maio do ano passado, considerou que “por trás da propagação das referidas notícias falsas, quase sempre temos determinados grupos que, por meio de sua veiculação, buscam alcançar objetivos que dificilmente seriam atingidos sem a utilização de tal ferramenta”.
“É da natureza da fake news que um maior número de interlocutores seja atingido por sua propagação, em um espaço curto de tempo, usualmente de forma passional o suficiente para que a checagem posterior desse fato fique prejudicada. Se considerarmos que o alvo principal da propagação é a população média, dificilmente um terceiro ou mesmo o próprio divulgador da fake news conseguirá operar uma retratação eficiente depois da notícia chegar aos feeds ou causar algum tipo de comoção. O estrago já terá sido causado. E o fenômeno das correntes, extremamente populares em redes como o Whatsapp e Facebook, auxiliam na rápida e irrestrita propagação desse tipo de notícias, de modo que uma vez lançada a um determinado grupo de pessoas, não necessita mais de qualquer impulso por parte do criador do conteúdo, ganhando força e vida própria a cada novo compartilhamento”, observou ainda o advogado.
O jornalista Ruy Portilho, por sua vez, afirma que os dados podem ser irreversíveis.

“Algumas ‘fakes’, mesmo desmoralizadas, permanecem circulando durante anos”, sentenciou.

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