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Cidades

Sentir também é coisa de homem

 

São tempos femininos e eu não tenho reclamações sobre isso. São tempos de entendimento sobre a nossa potência, de aceitação e desconstrução. Os tempos femininos tornando mulheres cada vez mais certas de si e homens cada vez mais perdidos, por muito ignorando possíveis mudanças, pois não foram ensinados a mudar.

Tudo que é sentimental, está ligado ao feminino, a fragilidade, e quando papéis se invertem, homens se perdem, não saber lidar, não se dar o trabalho de querer mudar, uma construção machista sendo inexplicavelmente reproduzida por mulheres que lutam contra o machismo.

A reprodução disso vem através do enxergar. Se não enxergar que apesar de “homem” é um indivíduo, que sente alguma coisa, que teme alguma coisa, que sonha com alguma coisa, e tratá-los como estatísticas somente, estarei eu ignorando uma possível quebra de comportamento.

Todo homem é um machista em potencial e numa sociedade machista, uma mulher também não está longe dessa realidade. Filhos que reproduzem falas dos pais e que diferente dos pais, recebem informação e intervenções sensíveis, podem mudar um futuro, podem pensar de forma crítica e saudável sobre o que ele não quer ser, e logo intervir nisso.

Os indivíduos têm o direito de contestação e ninguém aqui precisa concordar comigo, mas pelo que vejo, não considero os homens uma raça sem solução, onde todos são iguais, agressivos, ignorantes e intransigentes, na verdade existe uma aceitação do discurso já vendido. Homens não mudam, ok?

E se alguns conseguiram mudar, porque outros não? E se algumas de nós parecemos de simplesmente desistir de todos o tempo todo, e simplesmente ouvirmos demandas e buscarmos entendimentos?

Um homem teme o desconhecido, teme feministas, sem saber o mínimo sobre o feminismo, tipo o brasileiro e o comunismo, desconhecidos decididos a discutir.

Quando eu digo a um amigo, homem, hétero, que eu tenho vontade escutar o que ele quer dizer, sobre o que ele sentiu, sobre como vão as dores dele, facilmente ele me diz que “não foi nada de mais” “a não vou dar importância pra isso” “vai ficar tudo bem”. É ele dizendo que não sabe falar sobre isso, que prefere fingir que não sentiu aquilo, que eu posso o julgar.

Dizer para um homem que ele pode ser sensível, é ser uma quebra de padrão. Não estou falando de casos de violência, abuso ou imposições, estou falando de enxergar além do que a militância compulsória nos diz, enxergar indivíduo, onde alguns estão completamente tomados de falas machistas e outros estão tão calados que nem sabem o que são.

O machismo começa fazendo mal ao próprio homem, tornando esse homem um desconhecido no próprio corpo, que desconhece qualquer coisa que venha do outro.

Eu como uma feminista entendo que as pessoas correm o risco do erro e que a desconstrução precisa começar em casa, tornando todas as informações acessíveis, tirando essa capa de feministas raivosas.

A raiva e o grito são necessários em algumas horas, mas em outras as continuações não podem perder força, afinal desconstruindo essa geração, conseguiríamos no futuro, melhores resultados. Nós nos provamos isso, estudamos e hoje somos muitas, e talvez só precisemos da paciência de dizer que a construção é conjunta, e se propor a conviver.

Tudo sempre de forma saudável e coletiva, nada que seja diferente disso deve ser aceitável ou encoberto. MULHERES FEMINISTAS SALVAM VIDAS.

 

*Talytha Selezia é mulher preta, poeta e integrante do coletivo Ónix.

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