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População faz manifestação em frente ao Hospital da Mulher e Prefeitura anuncia auditoria

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Começou 2019 e o Hospital da Mulher, no bairro Braga, em Cabo Frio tem gerado muitas polêmicas. Foram feitas denúncias de negligência no atendimento, além de registros de bebês, que morreram. Nesta quinta-feira (24), às 17h, uma manifestação está marcada em frente ao Hospital. O ato está sendo organizada pelo PSOL Cabo Frio, que soltou uma nota, através de sua coordenadora do Setorial Mulheres, Carol Werkhaizer, explicando o motivo das manifestações. De acordo com a organização, o ato é para chamar a atenção dos problemas registrados.

“A gente está aqui para falar sobre uma situação lamentável que é a nota que o Hospital da Mulher lançou acerca das mortes dos bebês, na última semana. É muito complicado quando o hospital culpa às mães, e acusa das mães de serem portadoras de doenças sexualmente transmissíveis, usuárias de drogas, e também falam que elas não fizeram acompanhamento pré-natal. Algumas dessas mães trouxeram para gente os relatos, e as provas que elas realmente fizeram seus acompanhamentos. Então a gente quer saber do Hospital da Mulher: quantos mais vão ter que morrer? Na quinta-feira às 17h, nós estaremos lá na frente cobrando essa resposta. Porque a culpa não é das mulheres. A culpa é do hospital. Faltam insumos, fala médico e falta gestão competente”, disse Carol, em vídeo.

A nota citada gerou polêmica e revolta de uma das famílias atingidas pelos problemas do Hospital. Na última segunda (21), o pai de um bebê que nasceu morto, na quinta-feira (17), rebateu a nota divulgada pela Prefeitura. A nota dizia que “os recentes óbitos de nascituros entre 1º de Janeiro de 2019 até a presente data, ocorreram por diversos fatores: ausência de pré-natal, doenças sexualmente transmissíveis contraídas pelas genitoras e ao consumo de substâncias entorpecentes”.

O pai, Anderson Rodrigues, que perdeu o filho Thiago, rebate a resposta do governo municipal. “Não concordo com isso. A gente não usa droga, não tem doença transmissível, nada disso. Fizemos o pré-natal todo certinho, foram sete consultas e estava tudo bem com o bebê. A gente se sente mal por passar por tudo isso e ainda estarem acusando a gente”, disse.

Entenda

Na última quinta-feira (17), a morte de dois bebês no Hospital da Mulher fez a unidade de saúde a receber fortes críticas. Em relato, concedido à coordenadora do setorial de mulheres do PSol (Partido Socialismo e Liberdade) da Região dos Lagos, e publicada originalmente em uma rede social, uma das mães, Gilmara Rocha, fala sobre o atendimento oferecido à ela e ao bebê durante passagem pela unidade.

Segundo o relato, Gilmara teria chegado ao Hospital com muitas dores, na terça-feira (15), e teria recebido medicação intravenosa, que se estendeu até o dia seguinte, quando uma médica  teria constatado que o feto estava com os batimentos cardíacos normais, suspendendo a medicação. Na quinta-feira (17), uma nova ausculta não acusou batimentos, e só então a médica teria realizado ultrassom, constatando a morte do feto.

Em dezembro de 2018, uma moradora de Cabo Frio foi até o gabinete do vereador Rafael Peçanha (PDT) para fazer uma denúncia sobre as condições do Hospital da Mulher, que fica no bairro Braga, em Cabo Frio. Thyanne Teles foi acompanhante de uma gestante que deu entrada no hospital com febre e segundo a Thyanne, não foram pedidos exames com urgência, e os resultados chegaram 24 horas depois.

Neste período houve um sangramento, onde, ainda de acordo com a acompanhante, a grávida avisou aos médicos, que disseram ser apenas estresse. A gestante estava com 15 semanas e 24 horas depois foi confirmado que ela havia sofrido um aborto.

De acordo com a Thyanne, no café da manhã foi entregue uma garrafa pet com o feto dentro. “O chão e lençóis sujos. Macas enferrujadas. Feto entregue morto, numa garrafa pet, junto com o café da manhã. Descaso. Esse é o cenário de abandono do Hospital que deveria estar gerando e salvando vidas”, disse.

Carol, coordenadora do Setorial de Mulheres, disse que o aumento no número de relatos de mortes na unidade de saúde mostra o quão grave é a realidade por que estão passando as mulheres que chegam lá para serem atendidas. Uma ouvidoria também está sendo estruturada. “Estamos coletando as denúncias das mães que passaram por violência obstétrica, que perderam seus bebês. E não é só o óbito em si, o óbito é o ápice da situação. Para que ele aconteça, na frequência em que ele acontece, é porque muitas violações antes dele aconteceram também”, comenta Carol.

Há algumas semanas, o vereador Rafael Peçanha (PDT) protocolou um ofício na Secretaria de Saúde cobrando explicações sobre as mortes na unidade do Braga e no Hospital do Jardim Esperança, além da falta de material e da demora de 24 horas em atendimentos. Com o intuito de criar um relatório sobre o caso, Rafael disponibilizou o seu número de telefone celular.

Leia a nota

A Diretoria Administrativa do Hospital, em nota, informou que “esclarece que os recentes óbitos de nascituros entre 1º de Janeiro de 2019 até a presente data, ocorreram por diversos fatores, sendo eles: ausência de pré-natal, doenças sexualmente transmissíveis contraídas pelas genitoras e a o consumo de substâncias entorpecentes.

Diante do lamentável quadro, o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Márcio Mureb e o Prefeito Adriano Moreno já estão elaborando plano de ação contendo medidas preventivas que perpassam pelo incentivo ao acompanhamento adequado do pré-natal das gestantes, bem como a ampla conscientização da importância dos exames prévios e das vacinas.

Ressalte-se que os falecimentos foram devidamente notificados aos órgãos oficiais, a fim de ratificar a iniciativa de programas sociais de prevenção sobre as causas de mortalidade materno fetal. Importante frisar ainda que a nova gestão do Hospital da Mulher está totalmente comprometida com a melhoria dos serviços prestados à população e se coloca à disposição para maiores esclarecimentos”.

Auditoria interna vai apurar mortes no Hospital da Mulher

Segundo a Prefeitura, relatório deve ser concluído em até 30 dias. A Secretaria de Saúde abriu uma auditoria interna para apurar as causas de mortes recentes de nascituros no Hospital Municipal da Mulher. Um grupo formado por médico, enfermeiro e auditor do setor de controle e avaliação da pasta vai analisar todos os 1069 prontuários de atendimentos do Hospital da Mulher feitos desde 1 de janeiro. Será levado em conta todo o atendimento prestado à paciente na unidade, desde a recepção até o momento em que ela vai para casa. Em seguida, será feito um relatório que será avaliado internamente para nortear as medidas que serão tomadas em todo o acompanhamento gestacional e no atendimento no Hospital. O prazo para a conclusão da auditoria é de 30 dias.

“Vamos apurar com afinco o que pode ter causado a morte destes bebês. Toda vez que há a morte de um nascituro, a unidade hospitalar comunica à Vigilância Sanitária Municipal, que por sua vez comunica ao Estado por meio de notificação compulsória. Isso é essencial para nortear e desenvolver as políticas públicas” esclareceu o prefeito Dr. Adriano Moreno.

O Hospital Municipal da Mulher é a única emergência obstétrica e maternidade pública da cidade, funciona 24 horas por dia e, de acordo com a Secretaria de Saúde, atende demandas de toda a região, com equipe médica completa, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais e psicólogos de plantão, além de uma unidade intensiva especializada para bebês prematuros com neonatologista.

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