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O hype da autodestruição

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Apesar dos 21 anos e do meu esforço para largar o álcool, está sendo um processo difícil. Talvez porque exista uma facilidade de se ver em situações que sua boa vontade de parar de beber serão testadas a todo momento e algumas vezes é preciso sair dessas situações e começar a evitá-las para que você consiga continuar limpo.

A decisão de parar com o álcool e banir a nicotina veio da imagem que eu estava recebendo de mim mesma, a fragilidade que eu estava colocando meu próprio corpo que nunca foi muito forte. E por que eu estava ali, fazendo coisas assim, se eu nem me sentia confortável? Fazia por costume ou tédio, talvez muito dos dois, e nesse processo de largar vícios e ainda frequentar os rolés, eu comecei a analisar de forma mais pontual alguns comportamentos.

E me perguntei em qual momento aquilo de se auto destruir tinha se tornado comum? Em que momento as drogas ficaram tão banais? Em rolé de rua, hoje, com muito mais facilidade eu vejo bala, lança, cigarro, loló, do rivotril no copo, até doces (LSD) facilmente acessíveis a qualquer um de nós. Quando eu falo nós, é uma galera jovem mesmo, tipo 14,16 e até uns de 21 e 22, uma média de idade que ainda psicologicamente se vê pessoas não tão bem instruídas e que usam a onda da droga como o status de pessoa foda, confundindo entre ser livre e ser burro.

Cocaína e MD, isso tudo se encontra no mesmo rolé, rolé de rua, festinha de fim de semana e a galera usa sem medo nenhum, como se a dependência não fosse alcançar a juventude arrogante deles. Eu falo isso com muita tristeza, afinal, é triste ver a falta de informação e a irresponsabilidade que se trata possíveis dependências, caminhos encurtados para uma perda de controle das suas vontades, caminhos de invisibilidade e como que o poder público trata esse assunto, que não é questão de polícia, é questão de educação, de informação, de contenção e compreensão.

Porque o uso de “aditivos” pode tornar aquela pessoa mais interessante?

Qual a necessidade de expor esse consumo?

Existe alguma explicação para essa moda inexplicável?

Talvez seja a desvalorização que se entregou o jovem, a falta de credibilidade, o excesso de confiança que se coloca em cima de muitos. As vezes as cobranças excessivas e o desconhecido sempre vai atrair mais e essa cultura de liberdade que é se permitir fazer tudo, quando na verdade livre é quem reconhece os seus limites e entende até aonde se é suficiente a curtição.

Uma cidade como a de Cabo Frio tem uma taxa altíssima de jovens morrendo de overdose e esses casos ficam sempre numa margem de sigilo. Como se fosse pecado ou vergonha, quando na verdade é um grito contra a negligência qual muitos de nós está entregue. Qualquer coisa que distorça a realidade fudida que é ser um jovem cobrado e mesmo assim desacreditado sem perspectiva de futuro nenhum, vai ser bem-vinda.

*Talytha Selezia é poeta, mulher preta, jovem e integrante do Coletivo Ónix

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