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O “Grupo”

blankDe acordo com pesquisa realizada pelo instituto Datafolha de 2019, de cada 10 brasileiros que possuem pelo menos um telefone celular com conexão com a Internet, 7 têm conta em alguma rede social. Ou seja, se existem quase 200 milhões de usuários de telefones celulares, e estes possuem pelo menos um plano de dados que dá acesso à internet, temos então, quase toda a população brasileira conectada à Internet por meio da telefonia móvel.

A pesquisa do Datafolha permite deduzir também que para a maioria dos brasileiros, “Internet” está intimamente associada a “redes sociais”. Entre as redes sociais, a pesquisa identificou o aplicativo Whatsapp, como o mais popular entre aqueles que foram consultados, com 69% de adesão, seguido pelo Facebook (59%), o Instagram (41%) e o Twitter em último lugar (16%).

O que esses números e informações podem nos dizer? Existem vários estudos que demonstram que a adesão a uma rede social está correlacionada a variáveis como o tipo de assunto e conteúdo veiculados pelos usuários da mesma rede, a faixa etária destes mesmos usuários, e outros fatores, como renda e escolaridade. Por mais “democráticas” que as redes sociais pareçam ser, na prática, o uso das mesmas termina por promover algum tipo de estratificação, alguma segregação entre os seus usuários. Tal como ocorre no mundo real, “fora das redes’, os grupos sociais criam separações entre si, a partir de critérios como raça, sexo, religião e classe social. As redes sociais terminam por replicar no mundo virtual, essa realidade social, apesar de venderem a imagem de que elas são inclusivas”.

Assim, pelos dados desta pesquisa, o Whatsapp é uma rede social “popular”, frequentada pela maioria da população brasileira que bem poderia ser comparado a um mercado popular, como o “Mercadão de Madureira”, ou o “Camelódromo” e o SAARA, ambos localizados no Centro do Rio de Janeiro. Para os paulistanos, a comparação com a Rua Vinte e Cinco de Março não seria tão fora da realidade. Essa é a rede social onde o grosso das classes C, D, e E estão conectadas e recebem a maior parte do conteúdo de seu interesse.

Mas que tipo de conteúdo um “usuário típico” do Whatsapp consome? Para compreender isso, é preciso identificar os padrões de uso e acesso dos membros desta rede social. A maior parte dos usuários de Whatsapp que respondeu à pesquisa do DataFolha (75%), informou que faz parte de algum “grupo”, sendo que metade (49%) dos usuários participa de até cinco grupos, e a média de participação fica em 7 grupos.

Isso significa que os usuários não apenas participam de interesses comuns com os membros de um mesmo grupo. Quando estão conectados ao aplicativo, a informação “nova” que chega, é oriunda de um dos membros do grupo que a compartilhou ali. A informação passa por um processo semelhante a um “peer review”, ou seja, uma avaliação por ‘pares”. O sistema de “peer review” já é usado há séculos pelos cientistas, quando estes decidem publicar os resultados de suas pesquisas em revistas especializadas. Como funciona isso? Um pesquisador decide submeter a uma revista científica de sua área um artigo, contendo os resultados de uma pesquisa da qual ele é o autor ou participante. Antes de ser autorizado para a publicação, o artigo é analisado por um conjunto de ‘pares’, que avaliam a qualidade e a confiabilidade dos dados e da condução daquela pesquisa, este o “peer review”. Só depois deste exame, o artigo enfim é autorizado para a publicação.

Agora, vamos voltar para o nosso ‘grupo de Whatsapp’. Aqui não há o rigor da avaliação conjunta de um periódico científico, mas ‘os pares” existem, e eles estão ali para avaliar se o tipo de informação que está circulando no grupo está em conformidade com o ‘interesse”, ou a ‘identidade” daquele grupo. Aqui, o critério não é a informação ser “verdadeira” ou não, mas se ela mantém e fortalece a identidade do grupo.

Este é um padrão de consumo de informação muito diferente quando o usuário em vez de acessar o Whatsapp, decide por exemplo, ler um jornal, ou assistir na televisão o noticiário. Nestes dois últimos veículos, a relação do usuário com a informação propriamente dita é individualizada, solitária. Em um “grupo de whatsapp”, a experiência de adquirir e discutir a informação é coletiva.

Isso ajuda a explicar um pouco como as “fake news” circulam com tanta facilidade nas redes sociais. Notícias falsas são compartilhadas por serem ‘mentiras”, mas por serem informações que ajudam a manter a existência e a identidade de um determinado grupo. O critério aqui não seria de “verdade”, mas de “pertencimento”. Sem essa ‘identidade”, sem essa capacidade que uma determinada informação tem de (re)alimentar a experiência de “pertencimento”, não há como essa informação possa circular pelos grupos de redes sociais.

Mas isso não quer dizer que toda a informação que circula em grupos deste tipo seja necessariamente “falsa”. Novamente, a pesquisa realizada pelo DataFolha permite compreender um pouco melhor essa dinâmica.

Os assuntos mais discutidos nos grupos de Whatsapp são: “Família” (39%), “Trabalho” (31%), “Política” (30%), “Amigos” (15%), “Futebol” (14%), “Escola” (13%) e “Religião” (12%), entre outros com menos de 10% das citações. Esses números sugerem que o aplicativo tornou-se, por assim dizer, um “auxiliar da família”, um canal de discussão de assuntos que fazem parte da vida cotidiana de dezenas de milhões brasileiros.

É por meio destes grupos que pais e mães monitoram seus filhos, que assuntos e reuniões familiares são organizadas, que oportunidades de trabalho aparecem, vendas e compras são realizadas e assim por diante.

Ou seja, pertencer a estes grupos é de uma certa maneira, uma simulação da experiência de “estar na casa destas pessoas”, como se estivéssemos tomando cafezinho na sala de estar destas famílias.

Os grupos de assessoria política perceberam quase que imediatamente esse potencial em aplicativos como o Whatsapp. Na prática, em termos de marketing político, “o grupo” é uma versão virtual do contato corpo a corpo que os candidatos fazem por tradição há muitos anos.

Sabe aquele tradicional “aperto de mão e tapinha nas costas” que os candidatos, quando em campanha, fazem quando estão concorrendo, sem nem mesmo te reconhecer ou saber o seu nome? Pois é, este ritual agora está sendo substituído pela criação dos “grupos” nas redes sociais. Aliás, o caro leitor faz parte de algum grupo? Se não, procure por um, pois essa cada vez mais, é a nova forma de sociabilidade do Brasil profundo.

*Paulo Roberto é professor de História e suburbano convicto

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