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“O futebol de antes era melhor e mais alto, e no Flamengo atualmente é um desastre”

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Marcio Braga em sua casa, em Búzios

Na função de entrevistador do filme documentário “Todo Juiz é Ladrão, Cabelada não”, dirigido pelo cineasta Leandro Araújo, e que narrará a história do polêmico árbitro Luiz Carlos Cabelada, que apitou jogos lendários na década de 80, e que há 20 anos mora em Búzios,  estive na casa (em Búzios) do cartola Marcio  Braga em entrevista marcada pelo jornalista e um dos fundadores do Prensa, Sandro Peixoto.

Marcio Braga, que foi por seis vezes presidente do Flamengo, e hoje atua como tabelião no Rio de Janeiro, nos recebeu com simpatia, falou sobre Cabelada – e descobriu no dia que ele é vascaíno e não flamenguista. “Ele tem a simpatia flamenguista. Seu jeito de levar a vida não combina com a aspereza do Vasco da Gama.”, sentenciou. E alfineta que se juntar todos os torcedores do Vasco não dá metade de uma torcida do Flamengo.

Mas o bate papo com Marcio, que além de dirigente do Fla foi por duas vezes deputado federal, foi muito além.  Falou de sua relação com os dirigentes de outros times, sobre o futebol atual. E ainda falou abertamente sobre a sua oposição à atual diretoria do Flamengo, tocando até no assunto da denúncia de censura à jornalistas.

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Ex-presidente Marcio Braga sendo entrevistado para o filme “Todo Juiz é ladrão, Cabelada não” – Fotos Prensa de Babel

Prensa de Babel: Estamos gravando esse filme sobe o Cabelada que é uma figura de um futebol que não existe mais. Vê também essa diferença?

Marcio Braga: O Cabelada é uma figura mítica do futebol carioca, eu me lembro dele sempre  com aquela cabeleira bem característica, bebendo a cerveja dele.   O que ocorre é que eu fui presidente do Flamengo seis vezes e mais duas vezes do conselho liberativo e então eu acabava não me envolvendo tão de perto. Essa era a função do Michel Assef, que era presidente de relações externas, e sei que é muito amigo do Cabelada.  Mas, sobre a diferença entre o futebol, tivemos naqueles anos de 1970, que foi quando eu cheguei ao futebol, tinha um timaço no flamengo, também no Vasco. Havia um bom time no Botafogo e no Fluminense também. O futebol era melhor, mais alto. Depois não tivemos maiores expressões. E voltando ao Cabelada, ele apitou justamente nessa época.

Prensa: O senhor chegou a viajar com o Flamengo para os jogos?

Baraga: Eu não viajava com o Flamengo, mas sempre assisti a todos os jogos.

Pensa: A relação com os dirigentes dos outros times, como era?

Braga: Com os outros dirigentes sempre foi tranquilo.  Na minha época, eu encontrei  o (Francisco)Horta na presidência do fluminense. Ele era meu amigo de juventude em Copacabana. Amigo de uma vida inteira. Chegamos a fazer um time, o Fla-Flu, jogamos contra a seleção e ganhamos. Eu era flamengo e Horta presidente no Fluminense, nossa relação era tão boa que  ele foi chefiando uma delegação do Flamengo pra  Europa. O Botafogo sempre foi hostil ao Flamengo, raiva mesmo, menos com o Bebeto de Freitas.  O tio dele, do Bebeto, era muito amigo meu. O Bebeto sempre foi amigo, uma relação próxima.

Prensa: E o Eurico Miranda?

Braga: Eurico Miranda é o Eurico Miranda, né. As vezes brigamos, as vezes discutimos. A força do Eurico Miranda é discutir com o Flamengo. Ele puxa na beleza do Flamengo. Até processar ele já me processou. Mas perdeu. A forma dele atuar é outra,  diferente da minha, serve para o Vasco da Gama.

Prensa: Nas entrevistas que concede o senhor se demonstra sempre muito critico as atuais entidades de administração. Por quê?

Braga: Há um desgaste muito grande, que já vem acontecendo desde há muito tempo com as entidades de administração, seja a federação quanto a confederação, que acabou nessa mixórdia  que estamos vendo aí. Dirigentes sendo presos, não podendo sair do país. Afinal, a minha relação com eles nunca foi boa. Brigava muito com o almirante Heleno Nunes, mas no final até que ele foi um bom presidente da CBF. Mas dizíamos que aonde a Arena ia mal ele colocava mais um time no Nacional. Saiu o almirante  e entrou o Giulite Coutinho, que antes foi presidente do América, era um empresário importante do Rio de Janeiro. Mas a única coisa que ele fez foi baixar o campeonato brasileiro de 120 clubes para 40, e achou que foi uma maravilha. E não foi coisa nenhuma.

Prensa: E o Ricardo Teixeira?

Braga: Um homem de negócios, que fez essa confusão toda que estamos vendo. Essas mutretas, que ele aprendeu com o sogro (refere-se a João Avelange), que fazia isso lá fora. Mas eram pessoas muito importantes na sociedade. Eu via isso tudo e por isso fui processado e também os processei.

Prensa: Como era com os dirigentes da Federação de Futebol do Rio, a FERJ?

Braga: Depois do Dr. Otavio Pinto Guimarães, homem da sociedade e advogado respeitado, homem de bem, veio então o professor Eduardo Viana, vulgo Caixa D’água.  Era rubro negro. Sobre o Caixa D’água preciso abrir um parêntese, eu entendo muito de esporte- estudei e fui auditor do Superior Tribunal de Justiça por 13 anos. Tenho muita experiência com a legislação esportiva. Fui deputado. Presidente da comissão de esportes.  Narrei isso tudo pra poder dizer que só uma pessoa entendia tanto quanto eu de legislação de futebol: Eduardo Viana. Ele era um adversário poderoso. Era Intelectualmente muito forte. Bem formado e bem informado também.  E ele se manteve sempre contra as nossas ideias. Sempre.  Foi ele que manteve esse poder corrupto da CBF, manteve o Ricardo Teixeira, e até hoje manteve esse outro que lá está.

Prensa: Então era uma relação muito difícil com esses personagens.

Braga: Era uma relação muito difícil sim, porque isso vinha em detrimento dos interesses dos clubes e, em especial, do meu clube. Vivíamos correndo atrás de um banqueiro, com uma nota promissória, pra ter o dinheiro pra por o time em campo e eles (os personagens citados) se aproveitavam de toda a grandeza do futebol e toda essa produtiva financeira do futebol. Essa era a briga, a briga por recursos.

Prensa: E a atual diretoria do flamengo?

Braga: Continuo acompanhando o futebol e o flamengo. Estamos fazendo oposição a atual diretoria. Ela até foi bem na parte administrativa, financeira. Mas no futebol é um desastre, e no remo também. Fizemos uma reunião para que a oposição não tenha vários candidatos, justamente para que não enfraqueça. Foi um sucesso.

Prensa: O senhor acompanhou a polêmica da denúncia de uma tentativa de censura ao jornalismo pela atual diretoria do flamengo?

Braga: Eu acompanhei essa polêmica da censura sim.  Isso é reflexo da má situação e condição politica que acaba sendo refrataria aos jornalistas, de proibir os jornalistas de fazer perguntas. Isso não acontecia porque o Flamengo era conduzido por mim,  e eu sou um politico que colaborou com a constituinte, nos meus mandatos não poderia haver censura à jornalistas.

Prensa: Ser politico ajudou a ser presidente do Flamengo ou ser presidente do Flamengo ajudou a ser politico?

Braga: É da minha formação, eu sou cria do Dr. Juscelino Kubitschek. Eu era guri, tinha 16 anos, carregando cédula. Mas participei. Minhas relações no futebol, na direção de um clube que sem dúvidas, é um dos mais importantes clubes da politica esportiva ajudaram a atuar na politica.

Prensa: E a que se dá toda essa popularidade do flamengo?

Braga: Essa é uma história longa. Um dia com um grupo de pessoas, intelectuais, conversavam comigo sobre de onde viria essa popularidade toda do Flamengo. De onde nasce essa popularidade do Flamengo. O certo é que não nasce de dentro pra fora, e sim de fora pra dentro. Há quem diga que são as cores. O vermelho e preto, que é Exu na Umbanda,  cores da revolução sandinista, a revolução dos jovens na França. Sempre que tem uma revolução essas cores voltam. Tem haver com essa cor também com certeza. Há também a luta entre o pobre e o rico.

No final do século 19, inicio do século 20, a disputa era no remo. O Flamengo é um clube de regatas, o Vasco também. O Flamengo é de 1895 e o Vasco de 1898. O remo era o esporte mais popular do Rio de Janeiro antes do futebol – brigamos ali na Baía de Guanabara. O Flamengo era o pobre- o Vasco era o rico. Clube formado pelos imigrantes portugueses, que eram comerciantes ricos.

Em 1930 o Flamengo perdeu o seu pequeno estádio, perto do Fluminense, na Rua Paissandu. Ficou ali por 10 anos treinando ali. A família Guinle, que era dona dos terrenos precisou e o Flamengo foi  pra Praia do Russel e mais uma vez aproximou o jogador e o time do povo. Das pessoas de menor poder aquisitivo. Isso tornou o Flamengo mais simpático. Você sempre torce pro mais pobre. Voltando ao Cabelada, é estranho que ele, que é sempre tão simpático, seja flamenguista.

Prensa: Pra terminar, estamos em Búzios, qual a sua relação com a cidade?

Braga: Eu gosto daqui.  Isso aqui tudo é uma maravilha, Búzios continua sendo incrível.  Minha casa foi projetada pelo Zanine (arquiteto considerado pai do chamado “Estilo Búzios”)  e ficou pronta em 1980, mas venho pra cá desde a década de 70. Aqui encontro o Cabelada, dei muita entrevista pro Marcelo (Lartigue), do jornal O Perú Molhado, que era entregue aqui em casa toda semana.

 

Texto jornalistico assinado. Propriedade do Prensa de Babel. Pode ser republicado com citação do autor e veiculo

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