Otavinho, além de oficializar a estética de que as construções da cidade não devem ter mais de dois andares, também estudou as construções dos moradores tradicionais de Búzios, os pescadores, quando chegou a Búzios no final da década de 50, para formar as características próprias de suas criações, que influencia outros profissionais até hoje.
“O que eu procurei fazer aqui [em Búzios], era valorizar, não violentar, aquilo que te atraía, as alturas, os telhados, as aberturas. Por que as casas de pescadores eram tão baixas? Porque não havia dinheiro. As janelas eram pequenininhas e de pau, porque eles estavam pouco interessados na vista, passavam o dia inteiro pescando. O vento corre pelo mar, e quando ele encontra o cômoro da praia, ele sobe e desce, nesse espaço é onde a casa do pescador está, bem pertinho da praia. Se ela fosse alta, o vento adentrava a casa e esculhambava a vida de quem lá morava. Mas quem veio morar aqui, vindo do Rio na maior parte, queria vidro, a paisagem. Precisávamos de peças maiores para vencer vãos maiores. O estilo Búzios não nasceu, portanto, por acaso. Nasceu de um aprimoramento, de uma busca. Queria me aproximar ao máximo da construção do pescador, tive que pesquisar, estudar, procurar entender aquilo que o pescador fazia por extinto, como os ângulos de queda do telhado, alturas e etc” – conta.
Para Otavinho o estilo das construções mantém a característica da cidade e influencia no comportamento dos moradores.
“Eu gosto de dizer que nós, buzianos, escolhemos viver em um vilarejo, porque em um vilarejo você conhece as pessoas, você dá carona quando passa, a pessoa aceita a carona, é toda uma vivência suave, somados à praia e à esse mar maravilhoso”.
📍Espaço Maitacas, localizado na Praia da Tartaruga, em Búzios – RJ
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