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Cidades

Incêndio no entorno da Lagoa Vermelha consumiu 25 hectares de restinga

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Um incêndio na vegetação na Lagoa Vermelha, em Saquarema,  neste domingo (1º), consumiu  cerca de 25 hectares de restinga. Ainda não foram contabilizados os danos à fauna e à flora.

A área faz parte do Parque Estadual da Costa do Sol.

O incêndio começou por volta das 16h e as colunas de fumaça podiam ser vistas à longa distância.

Denunciado na rede social provocou comoção e compartilhamento de fotos.

Às 16:40h, o incêndio foi denunciado ao Inea, aos Bombeiros de Saquarema  e à UPAM.

Mas houve demora no socorro porque os brigadistas do PECS não tinham combustível para a viatura chegar no local.  O Estado cortou a verba para o combustível na véspera, sábado, 31/03. Já o Corpo de Bombeiros de Saquarema estava com a viatura ocupada, atendendo um acidente de trânsito no distrito de Jaconé.

Moradores de Saquarema relatavam que, com o vento na região, às 17h criou-se uma cortina de 700 metros de fumaça e fogo e que a fumaça alcançou a praia às 18h.

Segundo o Chefe do Parque, Andre Cavalcanti, os protocolos de acionamento e atendimento do Inea foram todos realizados na maior celeridade possível, contudo infelizmente não houve êxito no período da noite.
Cavalcanti explicou que os agentes ambientais do Inea trabalham das 07h às 19h, não sendo realizados combates noturnos.

Os agentes do Parque estão fazendo o rescaldo – divulgação

Por outro lado, Leonardo Sandre, Presidente da Associação de Guarda-Parques do RJ, explica que ” a noite é o melhor período para combater incêndios, porque a temperatura está mais baixa, há mais umidade no ar, há menos ventos e é quando se consegue observar melhor onde estão as brasas a serem debeladas”.

O comandante do 27 Corpo de Bombeiros foi acionado pelo Inea e conseguiu proceder somente após às 21h.

Nesta segunda, a equipe do PECS passou o dia realizando o rescaldo* da área atingida pelas chamas (ja que ainda havia focos) e identificando as perdas de fauna e flora. O Inea aguarda relatório dos bombeiros e também vai produzir seu relatório de danos.

*rescaldo é realizado com duas atividades, apagar todos os focos ativos e eliminar combustíveis dentro da área.

A LAGOA VERMELHA E O PL 1546 de Janio Mendes

Imagem de satélite da Lagoa Vermelha em Saquarema – reprodução

Há duas semanas, a Lagoa Vermelha esteve na pauta da Alerj em uma das emendas ao PL 1546/16 para desafetação da região de Monte Alto do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS).

A emenda do deputado Marcos Abrahão/AVANTE propunha a exclusão da Lagoa Vermelha da área do parque.

No dia 27/3, Abrahão voltou atrás e retirou a emenda ao PL, após veementes críticas da comunidade acadêmica e de ambientalistas, e de denúncias ao Ministério Público.

Mais sobre o  ecossistema afetado 

A Lagoa Vermelha é um complexo lagunar, preservado, com três pequenas lagoas circundadas por um canal.

É reconhecida pela comunidade científica mundial por ser uma lagoa hipersalina, onde ocorre a presença dos estromatólitos, a mais antiga evidência macroscópica da vida na Terra.  Os estromatólitos são produzidos por micróbios (em sua maioria, cianobactérias fotossintetizantes) que formam filmes microbianos que aprisionam lama; com o tempo, camadas desses micróbios e de lama podem formar uma estrutura rochosa estratificada – o estromatólito. Em poucos lugares do mundo, estas estruturas rochosas podem ser observadas vivas, como ocorre aqui.

Estromatólitos da Lagoa Vermelha -reprodução

Os cientistas acreditam que os estromatólitos foram muito abundantes no início da formação do nosso planeta e os responsáveis pela produção  de oxigênio na atmosfera e pela evolução da vida na Terra.

Os estromatólitos da Lagoa Vermelha foram descobertos pelo brasileiro Geomicrobiólogo e PHD, Crisogono Vasconcelos, do Instituto Geológico do Instituto Nacional de Tecnologia Suíço (ETH) em Zurique.

Ao redor da Lagoa ocorre vegetação de restinga, com destaque para diversas espécies de bromélias. No seu entorno, funciona uma antiga e tradicional salina com seus moinhos de vento. É considerada como fonte de energia para banhos medicinais, devido sua alta concentração salina e pela presença de hidrogênio sulfuroso, ambos preconizados no tratamento de doenças de pele e reumática. É considerada um patrimônio mundial.

A Professora e Geóloga Katia Mansur/UFRJ que propõe a inclusão deste geossítio no Programa Geoparque Costões e Lagunas da UNESCO, está em viagem e disse que em breve irá se pronunciar sobre o ocorrido.

Por Ana Bina

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