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Escola de Artes de Macaé recebe capacitação em educação inclusiva

Aconteceu na manhã de terça (5), a ‘1ª Jornada de Capacitação em Educação Especial numa Perspectiva Inclusiva’ na EMART e reforçou o projeto ‘Todos por uma Macaé Inclusiva’
Foto Bruno Campos

O módulo ‘Bases Legais e Cultura Inclusiva para uma Educação Efetiva’, abriu a ‘1ª Jornada de Capacitação em Educação Especial numa Perspectiva Inclusiva’, na manhã de terça-feira (5), na sede da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart), no Centro Macaé de Cultura. Este projeto inédito na escola, uma das poucas públicas de artes do interior do Estado do Rio, tem a proposta de oferecer formação sobre este tema a docentes e funcionários da Emart e ainda da Escola Municipal de Dança (E.M.Dança), também vinculada à Secretaria de Cultura de Macaé.

“Estamos moldando um ambiente educacional que reflete a diversidade da sociedade. Este passo não apenas promove igualdade de oportunidades, mas também enriquece o aprendizado ao integrar diferentes perspectivas e experiências. A ‘1ª Jornada de Capacitação’ destaca nosso compromisso em garantir que todos os alunos recebam suporte adequado. Estamos construindo não apenas cursos de artes, mas um espaço onde a arte e a inclusão andam de mãos dadas”, disse o secretário de Cultura, Leandro Mussi.

A ‘1ª Jornada de Capacitação em Educação Especial numa Perspectiva Inclusiva’, que acontece em módulos temáticos ao longo do ano, é organizada pelo coordenador do Curso em Teatro da Emart, Jardel Maia, e pela coordenadora pedagógica da Emart, Renata Dumard. Ela é doutoranda em Psicanálise, Educação e Cultura e Mestre em Psicanálise e Saúde Mental, com especialização em Educação Especial, Psicomotricidade, Psicopedagogia e Europsicopedagogia. Renata ministrou o primeiro módulo juntamente com a convidada, Janine Manhães, coordenadora de campo da Educação Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação.

Na abertura do evento, a diretora da Emart, Claudia Byspo, contou sobre sua experiência como professora de teatro de uma Pessoa com Deficiência (PcD). “Ela me ensinou que eu era tão deficiente quanto ela, porque não saber lidar (com suas necessidades específicas) era uma deficiência minha. Precisamos de um exercício de consciência de que é necessário vencer as deficiências diárias do cotidiano humano. Isso se dará a partir deste momento, para a cada dia avançarmos mais. Esta escola promove educação e arte. Então, é um ambiente de liberdade, onde é preciso deixar que o outro seja o outro”.

Já a coordenadora pedagógica da Emart, Renata Dumard, salientou o projeto ‘Todos por uma Macaé Inclusiva’.

“Trabalhando na Secretaria de Educação, percebemos que a inclusão precisa ser levada para fora dos muros da escola (regular). Por isso, há dois anos, estamos no movimento ‘Todos por uma Macaé Inclusiva’, levando este processo a todas as secretarias municipais. Nada melhor para uma criança com altas habilidades, desenvolver aqui (Emart) o seu potencial, ou para uma criança com dificuldades para interagir, desenvolver isso através das artes. Todos têm potencial para aprender alguma coisa”.

Bases Legais e Cultura Inclusiva para uma Educação Efetiva

A palestrante convidada, Janine Manhães, pós-graduada em Psicopedagogia Institucional, Clínica e Hospitalar, esclareceu as dúvidas dos presentes, como, por exemplo, a impressão de que há um aumento no número de crianças e os adultos PcD. “No passado, as famílias buscavam esconder as suas crianças com deficiência.  Por isso, elas não estavam nas escolas e nas ruas. Atualmente, estas famílias lutam pelos direitos de seus filhos com deficiência de estarem em todos os ambientes. Quanto mais estas crianças são estimuladas, mais terão evoluções”.

“Não podemos só projetar no outro aquilo que queremos, não favorecendo que ele mostre os seus desejos. A sociedade é construída por parcerias. Eles (PcD) têm um potencial a ser desenvolvido, resta saber se quem recebe estas pessoas estão acompanhando o desenvolvimento que elas estão apresentando. Nós não temos fórmulas prontas para a inclusão, porque cada um se manifesta a seu modo. Mas o primeiro passo é querer incluir e querer ouvir”, destacou.

Durante a palestra, foram apresentadas as ‘Bases Legais e Cultura Inclusiva para uma Educação Efetiva’, a visão histórica da deficiência, artigos da Constituição Federal, leis afins, o artigo 59 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Plano Nacional de Educação (PNE) e decisões da ONU. A legislação vigente determina que deve haver um currículo específico que atenda as necessidades individuais.

Coordenadores, diretores e funcionários tiveram a oportunidade de debater com a especialista, temas como: Transtorno do Espectro Autistas e seus graus de suporte; deficiência intelectual; altas habilidades; pessoa com síndrome de Down; deficiência auditiva; deficiência visual; deficiência física e múltipla deficiência.  Também foi abordado o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Também o professor de Bateria da Emart, Douglas Marimba, elogiou a iniciativa. “Foi maravilhoso este primeiro módulo. E abriu a minha mente em vários aspectos, porque trabalho com crianças também no Centro de Atendimento Psicossocial Infantojuvenil (Capsi). É muito bom se aprimorar cada vez mais, para poder entender o que eles tentam passar para você, e você tentar passar alguma coisa para eles”.

“Achei muito interessante, porque convivemos (na Emart) tanto com alunos com laudo, quanto em investigação. É uma questão social. Para uma conscientização; conhecimento das leis; saber lidar com cada deficiência e tratar cada aluno como um indivíduo, esta capacitação é muito importante. Com certeza, vou participar dos próximos módulos”, disse a professora de Teatro, Miliane Bodnarasec.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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