10 passeios imperdíveis para fazer em Maricá

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Em tempos de isolamento, nunca foi tão preciso ficarmos unidos

Uma reflexão sobre a vida, a necropolítica, a economia e o turismo na região da Costa do Sol

Por: Vespa Luz

Essa semana tive o prazer e a honra de participar do III Congresso Estadual Empresarial de Turismo, realizado pela Federação de Convention & Visitors Bureaux do Estado do Rio de Janeiro em Búzios, com a presença dos prefeitos recém eleitos ou reeleitos da região da Costa do Sol e seus secretários de Turismo, além de uma parcela representativa do trade capitaneada pelo sempre querido e eficiente Marco Navega.

Infelizmente, logo em seguida fui surpreendido pela polêmica ordem judicial que obrigou o lockdown da cidade, com a obrigatoriedade da saída de todos os turistas que lá estivessem. Entendo que no Estado Democrático de Direito, a Justiça é para ser cumprida, cabendo os recursos legais possíveis. Mas gostaria de aproveitar o caso para uma divagação sobre a crise e as oportunidades que vivemos.

Não tenho a menor vergonha em admitir minha ignorância. O ilustre professor titular de semiótica da Universidade de Bolonha e escritor italiano, Umberto Eco, pouco antes de morrer disse, em entrevista, que a internet teria dado voz a uma legião de imbecis sem a menor preocupação com a coletividade (I social media dannodiritto di parola a legioni di imbecilli che prima parlavano solo al bar dopo un bicchiere di vino, senzadanneggiare la collettività.). 

Honestamente, não quero engrossar essas fileiras e, portanto, mantenho restrita minha opinião ao ostracismo que lhe é merecida, dada ao meu total desconhecimento da área científica de saúde pública. Noto, no entanto, como cidadão que a discussão vida versus economia vem sendo travada nos diversos níveis de poder, nacionais e estrangeiros, federais, estaduais e municipais, seja por autoridades políticas, jurídicas, midiáticas ou científicas, além da população em geral. E que, mesmo dentro dos segmentos especialistas, nem sempre as opiniões convergem.

As eleições, retardadas para novembro, criaram principalmente para os incumbentes – aqueles que foram candidatos à reeleição ou apoiados pelos atuais prefeitos e suas máquinas – um dilema tortuoso: relaxa-se o controle sanitário e garante-se um respirador para a economia? Ou mantém-se o rigor, na medida em que não chegamos realmente a superar uma primeira onda de COVID-19, e enfrentamos as consequências depois de abertas as urnas?

Independente de opiniões, negacionismos, estratégias de enfrentamento e tratamentos, há um fato: as mortes voltaram a crescer em proporções catastróficas. Mesmo aqueles que viam números estatísticos nas notícias, passaram a humanizar a face da tragédia, perdendo amigos, parentes, entes queridos. Uma doença que não vê a conta bancária de ninguém, nem o grau da celebridade, mas que certamente afeta muito mais a população pobre, preta, moradora apinhada das comunidades, sem recursos para se tratar, numa situação em que o escritor e professor de História dos Sistemas do Pensamento, no célebre Collège de FranceMichel Foucault, e o filósofo negro, historiador, teórico político e professor universitário camaronense Achille Mbembe chamariam de biopolítica/necropolítica: “fazer viver, deixar morrer”.

Assim como foi a AIDs (sigla em inglês para a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida causada pelo vírus HIV) nas décadas de 80 e 90 do século passado, passamos a conhecer melhor a COVID-19; temos nos aperfeiçoado, segundo tenho lido, nos tratamentos durante as diversas fases da doença (assintomática, infecção e a chamada tempestade de citocinas) e visto o mundo pesquisar, desesperadamente, por vacinas que combatam o vírus. Até pouco tempo não sabíamos, mas já está confirmado, existe a reinfecção, ao contrário de outras doenças virais. E, infelizmente, ainda estamos longe do tão desejado término da pandemia.

No entanto, a vida continua (the show must go on). As pessoas e as cidades precisam continuar vivendo, trabalhando, se alimentando, gerando riquezas, prestando serviços essenciais e se preparando para o que vem sendo chamado de Novo Normal.

Nossa Região – a Costa do Sol que envolve 13 municípios começando em Maricá, passando por Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Casimiro de Abreu & Barra de São João, Rio das Ostras, Macaé, Carapebus e terminando em Quissamã – além de ter sobrevivido com melhores condições até aqui, em função dos royalties do petróleo, tem no Turismo seu principal vetor econômico de geração de empregos e renda. Lembrando que nas palavras do ministro do Petróleo árabe Sheik Ahmed Zaki Yamani: “A Idade da Pedra não acabou pela falta de pedra, e a Idade do Petróleo irá acabar muito antes que o mundo fique sem petróleo”. 

Certamente, além das indústrias de tecnologia da informação e de novas formas de geração de energia, o Turismo será, ainda muito tempo, a indústria limpa que nos permitirá continuar vivendo e pedalando a bicicleta da economia de forma sustentável. 

Os hotéis, bares e restaurantes são dos maiores empregadores em nosso estado e região, sendo, seguramente, os maiores geradores do primeiro emprego para os jovens. O turismo chegou a ser responsável, antes da pandemia, por cerca de 5% do PIB fluminense que, por sua vez, impactava o segmento, no Brasil, em mais de 10%. Note-se que o turismo movimenta muito mais do que os agentes do trade – agências; receptivos; hotéis; pousadas; prestadores de serviços como aluguel de barcos, carros, equipamentos para a prática de esportes etc.; bares e restaurantes –  comprando diretamente dos comércios e serviços locais, consumindo cultura, esportes, lazer, gerando empregos, renda e riquezas que se convertem em impostos a serem reaplicados na sociedade como um todo.

As Festas de Fim de Ano como os tradicionais Réveillons nas diversas cidades, assim como o Carnaval já estão comprometidos. A quarentena, o isolamento, o lockdown como medida extrema nos obrigam a, silenciosamente, refletir e planejar o presente e o futuro que queremos. E mesmo diante da agonia da inação, temos oportunidades. Peço licença para citar um trecho do romance biográfico “Cosimo de Medici”:

A sabedoria de discernir entre os momentos de agir e da inação é das maiores virtudes humanas, porém considero uma das mais difíceis de exercitar. Enquanto a ação sempre nos dá a ilusão de que agimos para conseguir aquilo que desejamos, a inação desperta o sentimento de culpa por não estarmos fazendo o suficiente para alcançar o que almejamos. No entanto, a inação é apenas um hiato entre o pensar e o agir. Ela nos permite rever a questão por outro ângulo, repensar a estratégia e redefinir o instante de voltar a agir. A inação e o silêncio nos ajudam a refrear nossos impulsos e a aflorar a sabedoria; são momentos preciosos e reveladores. (D’ÁVILA, Luiz Felipe. Ediouro, 2008)

Tanto os governantes que estão deixando seus postos, como os que estão se preparando para assumir tão difícil desafio, estão trabalhando arduamente – eu mesmo já conheci diversos que foram contaminados pela COVID-19 – e planejando o que será a continuidade do combate à pandemia, a sobrevivência econômica no durante e a retomada no pós-pandemia.

Da minha parte vejo, mais do que nunca, é hora de trabalharmos em conjunto. Os municípios da Costa do Sol não são concorrentes entre si. Tomo de empréstimo o exemplo da “Rua dos Parafusos”, ali cada loja ajuda à outra, porque o consumidor é atraído pela certeza de que vai encontrar o que deseja. 

A incrível cor do mar em Arraial, Cabo Frio ou Búzios não pode ser comparada na região. As corredeiras e a prática de rafting encontram excelente cenário nos municípios com Serra e rios caudalosos como Casimiro e Macaé. Barra de São João tem seu casario centenário e sua história poética na Beira Rio, na Prainha e no Praião. O ecoturismo e o turismo rural têm diferenciais próprios em Quissamã e Carapebus. Maricá, Araruama, Iguaba, São Pedro da Aldeia têm suas lagoas. Saquarema brilha no surfe. Além de todas as características de praia e interior (Cantagalo e Rocha Leão), Rio das Ostras encontrou lindamente o caminho da Cultura, citando em particular o sucesso do seu Jazz & Blues Festival que atrai artistas e turistas qualificados de todo o planeta.

Macaé é a segunda rede hoteleira do estado, com o turismo de negócios. Além de cada vocação, todos os municípios citados são muito mais do que eu consegui reunir em uma pequena linha discricionária, no pior sentido arbitrário do termo. Eles, além dos recursos e belezas naturais que se misturam, têm uma gente maravilhosamente hospitaleira, carinhosa, bem-humorada e rica em culinária, artes e artesanato, produção agropecuária etc.

Não podemos esquecer que o Turismo precisa andar de mãos dadas com a Cultura, o Esporte, o Lazer, os Eventos e os Negócios. A Costa do Sol em geral, e cada município participante em particular, precisam criar seu próprio branding, isto é, uma estratégia capaz de produzir, nas pessoas, admiração e desejo pelos valores gerados por cada marca regional e municipal em torno de si própria. Como dizia o antigo slogan IBM: “pense globalmente, aja localmente”.

É comum uma pequena rivalidade entre vizinhos. Sempre haverá a grama do outro. A busca da excelência pode trazer uma competição saudável. Mas é tempo de aprendermos a lição do conceito africano de ubuntu (humanidade para com o outro), UM SÓ VENCE, QUANDO TODOS VENCEM. Também conhecido dos judeus e cristãos em “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Levítico 19:18 & Mateus 22:39). 

É tempo de superarmos juntos, essa lição da natureza e da nossa mortalidade. E de criarmos um planeta mais consciente, responsável e solidário. Para amar ao próximo, é preciso, minimamente, conhecê-lo e, para isso, o Turismo é um grande facilitador. Em tempos de pandemia, nossa moeda desvalorizada e crise econômica, o turismo regional é uma excelente opção para a saúde mental e espiritual das pessoas.

Guardemos os devidos cuidados, evitemos aglomerações, usemos máscaras, álcool gel, todas as recomendações das autoridades sanitárias. Mas cuidemos também de não enlouquecer, nem falir. A alternativa a sobreviver a crise não é nada boa. Mantenhamo-nos unidos e trabalhando, porque ISSO TAMBÉM PASSARÁ.

Desejo de coração que estejamos preparados para combater o bom combate e guardarmos a fé. Que Deus ilumine a mente e o coração de nossa gente e de nossos governantes.

Vespa Luz

É publicitário e futuro secretário de Turismo de Casimiro de Abreu

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