Menu

Cidades

Diário do Fim do Mundo #13-por Sandro Peixoto (impressões)

c8c193b0dca492a6e01a6710a53441d6
Praça Santos Dumont/ Reprodução

A Praça  Santos Dumont que fica no centro de Búzios nunca teve um histórico de violência. Seu abandono (canteiros com mais lixo que flores, sujeira  e pouca iluminação ) passou a atrair um certo tipo de frequência. Moradores de ruas e seus cachorros e alguns pequenos traficantes de drogas que vendiam basicamente maconha para turistas e viciados da cidade.

Mais que causar riscos, a alta concentração de vendedores de drogas causava espanto afinal, há menos de 100 metros existe um posto da Polícia Militar. 

Esses traficantes, a maioria, eram filhos de nativos. Nascidos na quarta geração pós-fim da aldeia de pescadores, e o dinheiro dos aluguéis já não chegavam a eles, nem tampouco estudaram. Também não conseguiram empregos  na prefeitura. Sem expectativa  e com pouca capacidade intelectual, alguns se perderam no mundo do crime.

As vezes, a situação era até engraçada de se ver.  Dez, 15 traficantes, e nenhum comprador.  Parecia aqueles vendedores de lojas de roupas que ficam na porta esperando o próximo cliente.  Como a maioria cresceu  junto, se respeitavam e não havia briga de facção. Conversavam, compravam os produtos, e de vez em quando partiam em direção à  Praia do Canto para fazer  uso  de parte do que não vendiam. 

Cada traficante trazia uma namoradinha a tira-colo. Não se tratava de amor  ou companheirismo. Eram elas quem escondia as pequenas porções de drogas e a arrecadação do dia dentro do sutiã ou da calcinha. Policial masculino não as revistavam. A Lei não permitia.

Depois de muita reclamação  por parte dos comerciantes da área, o Estado  colocou dois PMs em ronda ostensiva  num carrinho elétrico. Em cima do veículo  havia uma policial feminina que passou a fazer abordagens contínua nas ditas namoradas. A qualquer instante. Em uma semana tudo mudou e a Praça ficou livre do movimento do tráfico. 

 Os dias foram passando, nada para a polícia fazer e então  jogaram todo o trabalho fora. 

Já  que não havia o que reprimir, já que o tráfico havia minguado era hora  de acabar com a ronda e deixar o carrinho elétrico na garagem. A impressão  que se tinha era que a presença  da policia não  tinha mais razão de ser. Sem a presença do Estado no entanto,o tráfico voltou rapidinho e nunca mais saiu. Está lá até hoje.

Conto essa triste história para fazer um alerta. É bastante provável que, quanto mais e melhor esse confinamento obrigatório funcionar, ‘mas desnecessário’, alguns idiotas dirão, ninguém vai morrer. E se ninguém morrer em nossa cidade por causa da Covid19, alguns acéfalos bradarão  nas esquinas: “viram! Não morreu ninguém. Não precisava nada daquilo. Agora o comércio está  quebrado. Quero ver quem vai pagar nossa conta.”

É preciso sabedoria para entender o momento. Não preciso sofrer na pele, perder amigos e parentes para acreditar que por enquanto o isolamento é de suma importância para se  evitar um contágio  sem controle. 

Podemos aprender  observando os erros e acertos dos outros ou por experiência própria. A primeira opção é  a mais inteligente. As experiências  mundo afora nos mostram que para diminuir o contágio exacerbado a melhor opção é deixar a população em casa. Ao menos os que podem se dar a esse luxo.

Este é um artigo de opinião de responsabilidade do seu autor e não representa necessariamente a opinião do Jornal.

*Sandro é articulista e cronista de Búzios e com seu humor peculiar narra sua aventura de ver Búzios de uma forma até então nunca vista/ Prensa
https://prensadebabel.com.br/index.php/2020/04/04/diario-do-fim-do-mundo-12-por-sandro-peixoto-coitos-interruptos/

Diário do Fim do Mundo #13-por Sandro Peixoto (impressões)

c8c193b0dca492a6e01a6710a53441d6
Praça Santos Dumont/ Reprodução

A Praça  Santos Dumont que fica no centro de Búzios nunca teve um histórico de violência. Seu abandono (canteiros com mais lixo que flores, sujeira  e pouca iluminação ) passou a atrair um certo tipo de frequência. Moradores de ruas e seus cachorros e alguns pequenos traficantes de drogas que vendiam basicamente maconha para turistas e viciados da cidade.

Mais que causar riscos, a alta concentração de vendedores de drogas causava espanto afinal, há menos de 100 metros existe um posto da Polícia Militar. 

Esses traficantes, a maioria, eram filhos de nativos. Nascidos na quarta geração pós-fim da aldeia de pescadores, e o dinheiro dos aluguéis já não chegavam a eles, nem tampouco estudaram. Também não conseguiram empregos  na prefeitura. Sem expectativa  e com pouca capacidade intelectual, alguns se perderam no mundo do crime.

As vezes, a situação era até engraçada de se ver.  Dez, 15 traficantes, e nenhum comprador.  Parecia aqueles vendedores de lojas de roupas que ficam na porta esperando o próximo cliente.  Como a maioria cresceu  junto, se respeitavam e não havia briga de facção. Conversavam, compravam os produtos, e de vez em quando partiam em direção à  Praia do Canto para fazer  uso  de parte do que não vendiam. 

Cada traficante trazia uma namoradinha a tira-colo. Não se tratava de amor  ou companheirismo. Eram elas quem escondia as pequenas porções de drogas e a arrecadação do dia dentro do sutiã ou da calcinha. Policial masculino não as revistavam. A Lei não permitia.

Depois de muita reclamação  por parte dos comerciantes da área, o Estado  colocou dois PMs em ronda ostensiva  num carrinho elétrico. Em cima do veículo  havia uma policial feminina que passou a fazer abordagens contínua nas ditas namoradas. A qualquer instante. Em uma semana tudo mudou e a Praça ficou livre do movimento do tráfico. 

 Os dias foram passando, nada para a polícia fazer e então  jogaram todo o trabalho fora. 

Já  que não havia o que reprimir, já que o tráfico havia minguado era hora  de acabar com a ronda e deixar o carrinho elétrico na garagem. A impressão  que se tinha era que a presença  da policia não  tinha mais razão de ser. Sem a presença do Estado no entanto,o tráfico voltou rapidinho e nunca mais saiu. Está lá até hoje.

Conto essa triste história para fazer um alerta. É bastante provável que, quanto mais e melhor esse confinamento obrigatório funcionar, ‘mas desnecessário’, alguns idiotas dirão, ninguém vai morrer. E se ninguém morrer em nossa cidade por causa da Covid19, alguns acéfalos bradarão  nas esquinas: “viram! Não morreu ninguém. Não precisava nada daquilo. Agora o comércio está  quebrado. Quero ver quem vai pagar nossa conta.”

É preciso sabedoria para entender o momento. Não preciso sofrer na pele, perder amigos e parentes para acreditar que por enquanto o isolamento é de suma importância para se  evitar um contágio  sem controle. 

Podemos aprender  observando os erros e acertos dos outros ou por experiência própria. A primeira opção é  a mais inteligente. As experiências  mundo afora nos mostram que para diminuir o contágio exacerbado a melhor opção é deixar a população em casa. Ao menos os que podem se dar a esse luxo.

Este é um artigo de opinião de responsabilidade do seu autor e não representa necessariamente a opinião do Jornal.

*Sandro é articulista e cronista de Búzios e com seu humor peculiar narra sua aventura de ver Búzios de uma forma até então nunca vista/ Prensa
https://prensadebabel.com.br/index.php/2020/04/04/diario-do-fim-do-mundo-12-por-sandro-peixoto-coitos-interruptos/

NOTÍCIAS DE GRAÇA NO SEU CELULAR

A Prensa está sempre se adaptando às novas ferramentas de distribuição do conteúdo produzido pela nossa equipe de reportagem. Você pode receber nossas matérias através da comunidade criada nos canais de mensagens eletrônicas Whatsaap e Telegram. Basta clicar nos links e participar, é rápido e você fica por dentro do que rola na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Faça parte da nossa comunidade no Whatsapp e Telegram:

Se você quer participar do nosso grupo, a gente vai te contar como vai ser agorinha mesmo. Se liga:

  • As nossas matérias chegam pra você a cada 1h, de segunda a sábado. Informações urgentes podem ser enviadas a qualquer momento.
  • Somente os administradores podem mandar os informes e realizar alterações no grupo. Além disso, estamos sempre monitorando quem são os participantes.
  • Caso tenha alguma dificuldade para acessar o link das matérias, basta adicionar o número (22) 99954-6926 na sua lista de contatos.

Nos ajude a crescer, siga nossas redes Sociais: Facebook, Instagram, Twitter e Tik Tok e Youtube

Veja Também

Dia das Crianças na Cervejaria Búzios será recheado de diversão e momentos especiais para toda a família

Colocando aposta online: o que precisa saber

XC RUN Búzios movimenta a cidade atraindo atletas e visitantes no mês de outubro

Andrezinho Ceciliano é eleito prefeito de Paracambi com 64,11% dos votos válidos

Coluna da Angela
Coluna Clinton Davison

A reprodução parcial deste conteúdo por veículos de comunicação é permitida desde que contenha crédito à Prensa de Babel na abertura do
texto, bem como LINK para o site "www.prensadebabel.com.br"
A supressão da fonte pode implicar em medidas de acordo com a lei de direitos autorais.