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Crentes Game of Thrones (pt 1)

 

 

 

O título desse artigo parece meio paródia, pra chamar atenção, etc. Mas o objetivo é analisarmos um comportamento sadista de discipulado altamente destrutivo e recorrente no meio cristão, que tem criado uma geração de pessoas embrutecidas e feridas pelo caminho. Para chegar a esse artigo, que vinha sendo escrito para se tornar um livro, analisei o perfil de varias amigos que me procuraram pedindo ajuda para sarar feridas causadas por religiosos torturadores. Falo de pessoas de boa fé que se submeteram a lideranças cristãs para obter a salvação e tiveram a vida devastada. Unanimemente constatei que todas estas pessoas se tornam completamente incapazes de expor o senso critico ao se submeterem ao fundamentalismo cristão religioso, a coisa piora quando se submetem ao modelo de “discipulado infalível” de algumas igrejas dos dias de hoje. Não estou falando do cidadão mediano apenas, como diz o direito penal acerca das pessoas de pouco saber. Mas falo de pessoas “letradas” e com profundo saber acadêmico.

Infelizmente, uma das causas desse “embrutecimento” se dá de uma forma muito mais inconsciente do que pensamos. Acontece que essas pessoas param onde começaram porque são tão torturadas com sentimento de culpa que se tornaram incapazes de reagir. Sinais disso temos velhas heresias e dominações sendo recauchutadas para atrair e controlar as massas. Como a heresia dos “pais espirituais”, do líder PAIAPOSTOLO que se coloca acima até mesmo dos pais naturais. Por esse motivo, a convite do Prensa de Babel, farei algumas reflexões sobre o fenômeno comportamental dessa dominação travestida de “discipulado” nas igrejas de hoje e seu poder destrutivo sobre a persona dos fiéis, oi seja, das pessoas que de bom grado se submetem crendo estarem agindo dentro de uma premissa de fé.

Crentes Theon Greyjoy

Para exemplificar melhor este tipo de tortura disfarçada de vida cristã, usaremos a figura da personagem Theon Grayjoy das Crônicas de Gelo e Fogo relatada na série de TV Game of Thrones (agora você vai entender o motivo do título), escrita pelo norte-americano George R. R. Martin e publicada pela editora Bantam Spectra. No romance que se passa em uma realidade ficcional distinta da nossa, em um mundo medieval e mágico, Theon é o filho de um rei e foi capturado pelas tropas inimigas em uma disputa pelo trono dos reinos do mundo, desde então passa a ser torturado física e mentalmente pelo filho bastardo de Bolton, Ramsen. Depois de Theon (“discipulado” que será torturado) ser preso, Ramsen (discipulador que usará da tortura para dominar) se revela como um enviado de seu pai para libertá-lo (ele seria no nosso exemplo a autoridade espiritual constituída por “Deus”). Theon obedece todas as dicas para a fuga e, quando já está fora do castelo, nos esgotos em dado momento da fuga, cheio de alegria e ansioso por voltar ao lar, é recapturado de forma humilhante pelo seu salvador, Ramsen (aqui o discipulador para não perder o domínio sobre o “discípulo”, o captura novamente). De volta ao calabouço, passa meses sendo torturado de inúmeras formas (ao nosso exemplo de toeturador qje trabalha através da lógica do pecado) até que perde sua identidade e capacidade de autonomia. Ele se torna um escravo (apesar de passa a acreditar que seu dono é um mestre e ele um discípulo fiel que necessita ser “tratado”).

 

A velha e infalível culpa do sexo

Dentre as torturas que sofre, a mutilação de seu órgão genital, após ser-lhe apresentado duas belas jovens para fazer sexo, foi a mais destrutiva (aqui podemos fazer analogia do corpo ao “pecado” mais utilizado para exercer dominação no meio religioso cristão, pois nada destrói mais uma pessoa do que a “satanização” do sexo, do seu corpo, dos seus impulsos naturais). Ao final de meses, o jovem monarca já não mais aceitava ser chamado de Theon Grayjoy, mas sim Fedor, nome que seu torturador lhe deu. Além de fazer serviços domésticos e serviçal pessoal do torturador, se torna dedo-duro dos demais prisioneiros e passa a dormir no chão do canil do castelo, vestindo roupas sujas de esterco.

 

Mesmo após a tentativa de resgate feito por sua irmã, Theon, agora Fedor, recusa-se abandonar seu dono (que ele crê ser seu mestre), tamanho era o medo der ser torturado novamente. Seu torturador conseguiu não só mudar seu corpo para sempre, mas sua mente. Mesmo diante a possibilidade de ser resgatado, mesmo com sua irmã estendendo as mãos para puxá-lo , ele achava mais seguro continuar submisso ao torturador, tamanho era o medo da ira caso o resgate fosse frustrado.

O Jesus torturado por religiosos

Assim como Theon, muitos cristãos passam a ser Fedor na medida em que são torturados pela liderança em uma tortura mental que ao final afeta seu corpo e suas relações com as outras pessoas. Essa tortura evoluída por décadas é tão sutil que raramente os torturados aceitam estar vivendo sob tortura. Essa é a primeira grande dificuldade: Convencer o torturado que ele é livre. “Pois foi para a liberdade que Cristo vos libertou” Gálatas 5:1.

Se você acha um exagero isso tudo, olhe para a história dos povos quando o entendimento da fé passou a ser restrito ao clero e a salvação dos perdidos deu origem a genocídios em escala mundial. Só no Brasil, nada matou mais negros na escravidão do que a destruição de sua identidade tendo a fé usada como legitimação do discurso de eram mercadorias e não seres humanos. Vale lembrar que a arma mais usada para devastação em massa dos povos indígenas não foi a varíola, mas foi a “descoberta” de que eram pecadores e precisavam se arrepender. Milhares de aldeias e povos foram varridas do mapa quando a “fé” do colonizador os convenceu de que era pecado ser índio. Essa tática de destruir a capacidade de “ser” o outro, quando aplicada, produz efeitos que muito dificilmente serão apagados. Mesmo os libertos carregam pra toda vida marcas da tortura que volta e meia parecem latejar de dor. Esse artigo busca ajudar a prevenir você do engano e libertar a tantos quantos se encontrem nessas amarras emocionais. Para isso se faz necessário reafirmar a fé no discipulado cristão nos moldes do Evangelho descrito pelos apóstolos, no aprendizado profundo das escrituras para a independência do saber critico tendo como chave interpretativa o caráter de Cristo. Submeta qualquer ensino ou discipulado ao caráter de Jesus e se pergunte sempre como Ele agiria. O engano não se mantém de pé diante da verdade.


Clóvis Eduardo é  cristão protestante,  estudante de direito e ativista dos direitos civis

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