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Cidades

Búzios e Macaé: como religiosos estão praticando sua fé no isolamento social

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Pessoas de diferentes crenças deram depoimentos de como estão fazendo para manter a fé viva diante da pandemia 

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) mudou a rotina dos religiosos com a suspensão provisória de encontros coletivos presenciais. A medida de prevenção foi adotada em diversos países, estados e municípios. Reunimos pessoas de diferentes crenças para contarem como estão os hábitos de oração, preces, meditações e estudos para manter a fé viva e revelam, ainda, em quem têm se apoiado nesse momento.

Espírita 

Saraiva Júnior – reuniões pelas redes sociais; arquivo pessoal

Saraiva Júnior é espírita e frequenta um Centro em Macaé.  Segundo ele, o cancelamento das reuniões mudou a rotina de estudos e até no desenvolvimento dos projetos sociais da casa, que é muito presente nessa religião.

“Com os templos fechados para reuniões públicas, alguns trabalhos sociais foram interrompidos, um ou outro continua, não mais recebendo as pessoas, mas indo até algumas localidades levar ajuda de alimentos, cobertores, roupas, que a população mais carente precisa, incluindo os moradores em situação de rua. A gente tem feito muitas reuniões pelas redes sociais, trocado muitas mensagens pelo WhatsApp, esperando esse momento passar”, contou. 

Muçulmano

Steveson Carvalho cumpre suas orações em casa/ arquivo pessoal

O veterinário Steveson Carvalho é muçulmano e frequenta uma mesquita em Búzios. Sem poder frequentar reuniões, que ocorrem às sextas-feiras, ele cumpre em casa as regras de oração e higiene pessoal, já recomendadas pelo islamismo mesmo sem pandemia.

“As medidas sanitárias recomendadas já fazem parte da rotina do muçulmano, como retirar calçados fora de casa e lavar sempre as mãos. Como nós temos cinco orações obrigatórias por dia é necessária a “ablução”, prática de lavar mãos, boca, narinas, ouvidos, antebraços, cabelos e pés cinco vezes por dia, fora os banhos diários.  O que os muçulmanos devem evitar neste momento seria a oração coletiva de sexta-feira nas mesquitas, mas esta prática é obrigatória apenas para os homens, e no caso de pandemia, a recomendação é seguir a ciência e, se a ciência recomenda não estar em aglomerações, nós devemos seguir”, explicou. 

Católica

Ivania Ribeiro explica que nesse momento os católicos vivenciam a experiência da “Igreja doméstica”/ Arquivo pessoal

A Ivania Ribeiro é professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Macaé e coordenadora da Pastoral da Sobriedade, que lida com usuários de álcool e drogas. Ela explicou que a Igreja Católica tem três canais de TV a nível nacional, Canção Nova, TV Aparecida e Rede Vida, que contam com programação de missas e orações. Além desses meios de comunicação, cada região tem suas dioceses e nas redes sociais disponibilizam conteúdo específico para as cidades que as compõem com missas realizadas pelos bispos e padres. “A igrejas estão preparando os fiéis para celebração da Semana Santa em casa, orientando em como fazer altar, horários de missas, de modo que a igreja se torne, neste momento, uma igreja doméstica”.

Umbandista

Raquel Devesa em momento antes do isolamento social

Raquel Devesa é zeladora da Tenda Espírita Cabocla Jurema, em Macaé. Segundo ela as orações continuam as segundas-feiras, porém cada um nas suas casas. Ela vai a tenda e faz as orações e firmezas. No mesmo horário de abertura os “filhos”, como são chamados os membros, ficam em sua residência fazendo as orações que são orientadas por ela. 

“Oramos pela nossa sociedade clamando por misericórdia ao nosso Pai Oxalá e rogamos ao Orixá Obaluaê, que é o Orixá da cura que emane vibrações aos responsáveis para encontrar a cura do coronavírus, além de proteger os doentes. Rogamos auxílio a todos os guias e Orixás da nossa Umbanda Sagrada”, explicou.

Mas além das preces, o grupo se movimentou para fazer trabalhos sociais. “Entendemos também que nesse momento delicado as pessoas precisam mais do que orações, e assim nós fomos a luta. Arrecadamos alimentos e materiais de limpeza para serem ofertados às pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social.

Evangélico 

Vilmar Madruga segue as orientações dos mecanismos responsáveis pela saúde. “Religião e Ciência não são inimigas”

O artista visual e curador, Vilmar Madruga, é evangélico e frequenta a Igreja Batista do Caminho, com cultos itinerantes entre Niterói e a capital. A denominação, assim como outras do mesmo segmento estão fazendo os cultos on-line.

“Sigo as orientações dos mecanismos responsáveis pela saúde: nada de templos ou eventos com aglomerações. A Igreja que frequento disponibiliza reflexões bíblicas através de lives com o pastor  Henrique Vieira no Instagram. Temos também partilhas e estudos bíblicos conduzidos por outros integrantes da igreja com formações diversas em psicologia, sociologia, filosofia etc. Isto nos permite acessar o cristianismo de uma maneira rica e potente”, explicou.

Budista

Cris Paramita é praticante da filosofia budista e desenvolve sua potencialidades através das meditações.  

Cris é uma das administradoras do Búzios Budha Dharma na Rua das Pedras/ Arquivo pessoal

“Muitas vezes as pessoas acreditam que para fazer uma  prática religiosa e filosófica tem que se retirar num templo, ao contrário. Só existe uma possibilidade desse conhecimento se tornar um aprendizado: é colocando em prática. Na filosofia budista, a prática central é o não causar violência aos demais seres, portanto, incluindo a nós mesmo. Diariamente, é possível fazer isso com meditações”, explicou Cris que participa em uma página no Facebook chamada “Quarentena Búzios” onde dá aulas de meditação por meio de live, de segunda a sábado, às 18h.

Ateia

Anny Rodrigues Figueiredo é ateia e se baseia unicamente em estudos científicos. Ela explicou que isso a faz ter bem clara a realidade da pandemia e dos reflexos em relação ao impacto na sociedade, tanto em relação à possível mortandade em massa, quanto em relação à questão econômica, que vão impactar a sociedade. 

Anny explica é ateia: ” A esperança  está em acreditar que o ser humano pode sim, independentemente de religiosidade, ser solidário nesse momento de sofrimento mundial e aliviar o sofrimento dos mais pobres”

“O que me dá alento é acreditar que os muitos estudos e pesquisas científicas que estão sendo feitos diuturnamente em breve encontrarão a vacina contra o Covid-19. A esperança  está em acreditar que o ser humano pode sim, independentemente de religiosidade, ser solidário nesse momento de sofrimento mundial e aliviar o sofrimento dos mais pobres”, destacou.

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