A música nunca foi só entretenimento. Ela também é performance, liturgia, conexão, revolução. E aí nós vamos para o Niger (África), com o povo Tuaregue, o povo nomade, perseguido pelo governo local, na região chamada Agadez.
De lá saiu o Bombino, guitarrista autodidata que durante o exílio de sua família, aprendeu a tocar, criou um estilo próprio e virou músico profissional. Influências de Jimmi Hendrix e Mark Knopler, com os ensinamentos de Haja Bebe, um renomado guitarrista tuaregue. Aliás, de Haja Bebe vem o nome Bombino para o até então Omara Moctar que é uma derivação do termo italiano bambino, que significa pequenino.
Em 2007, ele foi documentado pelo cineasta Hisham Mayet numa apresentação em um casamento que resultou no álbum: Group Bombino – Guitars from Agadez, vol. 2 lançado em 2009 pela gravadora Sublime Frequencies. Tensões no Niger fizeram Bombino se exilar e a situação foi tão caótica que ele perdeu dois de seus colegas músicos executados no processo.
Ele volta depois pro Niger, em 2010 e toca na base da grande Mesquita de Agadez pra celebração do fim dos conflitos. Em 2011 sai o álbum Agadez, em 2013 sai o álbum Nomad que rendeu uma turnê nos EUA e em 2016 sai o álbum Azel.
“Eu não vejo minha guitarra como uma arma, mas sim como um martelo com o qual posso ajudar a construir a casa do povo Tuaregue.” Entende a missão do cara? Escute, aprecie e saia da caixinha.
https://www.youtube.com/watch?v=N_xPHhOhZh0
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