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Cientistas sociais questionam a curva em U da felicidade

Cientistas sociais questionam a curva em U da felicidade
Cientistas sociais questionam a curva em U da felicidade

Na última década, se intensificaram estudos sobre a chamada “curva em U da felicidade”. Essa curva ilustra um padrão em que a satisfação com a vida — que costuma ser alta aos vinte e poucos anos — começa a cair depois dos 30 anos, atingindo o “fundo do poço” na meia-idade, por volta dos 45–50 anos. Depois dessa fase, pesquisadores argumentam que ela volta a subir ao longo do processo de envelhecimento.

Embora a felicidade possa parecer um conceito efêmero e subjetivo, ela tem sido mensurada exaustivamente desde a década de 1990. “Basicamente, descobrimos que as pessoas são mais infelizes na meia-idade. A pessoa é feliz quando é jovem e é feliz quando é velha — esse é o formato do U”, diz David Blanchflower, especialista que atuou como membro do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra de 2006 a 2009.

Essa regularidade foi encontrada em muitos países e conjuntos de dados, sobretudo a partir de pesquisas como Gallup. Em análises mais recentes, Blanchflower volta a defender que a relação entre idade e bem-estar é tipicamente em U. Mas afirma que tem sido observada uma tendência preocupante: o braço esquerdo do U — que representa os jovens — não está mais apontando para cima. Isto porque, em todo o mundo, os jovens têm relatado um aumento da infelicidade. Blanchflower acredita que o advento dos smartphones e das mídias sociais pode ser o grande culpado.

O consenso, porém, não é absoluto. Pesquisadores como Nancy Galambos argumentam que o bem-estar na transição para a vida adulta é caracterizado por trajetórias diversas, com alguns jovens prosperando nesse período e outros fracassando ao tentarem enfrentar desafios normativos, como terminar os estudos e encontrar trabalho, ou ainda encontrar um par romântico.

A pandemia de covid-19 também exerceu influência sobre os jovens, com aumento de 25% na prevalência global de ansiedade e depressão, de acordo com um resumo científico divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Algumas pesquisas mostram que os sintomas depressivos — indicativos de afeto negativo — costumam diminuir entre o final da adolescência até os 20/30 anos, embora as circunstâncias e histórias de vida contribuam para a diversidade nessas trajetórias. Sendo assim, isso afeta a curva em U de bem-estar e felicidade.

Estudo contesta a curva em U também entre pessoas que exercem profissões que dependem da vitalidade corporal — limpeza, manutenção, pesca, agricultura etc. O envelhecimento, nesses casos, traz quedas de capacidade física e risco de dores crônicas, o que pressiona o bem-estar. Evidências mostram que trabalhadores mais velhos em funções fisicamente exigentes apresentam piores desfechos de saúde e cognição, o que afeta a satisfação com a vida e a empregabilidade. Sem “amortecedores” (qualificação, redes de proteção), é mais difícil que a felicidade reaja depois da meia-idade.

O que concilia as visões? A curva em U descreve um padrão médio em ambientes com proteção social, mercados de trabalho relativamente estáveis e trajetórias de saúde previsíveis. Quando esses amortecedores falham, o formato se distorce: pode ser mais difícil sair do fundo (meia-idade vulnerável) e/ou o início da curva pode se antecipar (juventude deprimida). Em termos de políticas, três frentes aparecem recorrentes na literatura: 1. adaptar e qualificar trabalho para envelhecentes; 2. prevenção e cuidado em saúde mental na escola e nos serviços de atenção primária; 3. redes de proteção que suavizem riscos de renda e saúde ao longo do ciclo de vida.

Em resumo, podem-se observar dois Us simultâneos: o U clássico da felicidade média e um “U invertido” da infelicidade, mais alto justamente onde faltam proteção e oportunidade. Para mais informações sobre os problemas e dores emocionais envolvendo as mulheres com mais de 50 anos, a jornalista e escritora Heloísa Paiva lança, no próximo dia 16/11 (domingo), às 15h, na Livraria Martins Fontes Paulista, o livro “50+ Desperte para a vida e pare de sofrer”. A obra, segundo a autora, descreve as principais dores que afetam a mulher madura e propõe pequenas mudanças para que ela possa ressignificar sua vida durante o processo de envelhecimento. “É a curva em U entrando em ação para que as mulheres 50+ sejam mais felizes”, diz a autora.  

 

Octavio Raja gabaglia

Octavio Raja Gabaglia, o carismático Otavinho, é um nome que ressoa nas praias, encostas e telhados de Búzios. Esse arquiteto genial, conhecido pelo bom papo e pela mente afiada, conseguiu, com engenhosidade, domar os ventos, convidar a luz do sol para habitar as casas com gentileza, além de convencer a paisagem exuberante a fazer parte de sua obra.

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